A EDUCAÇÃO DE CHARLIE BANKS


Caro leitor, caso você tenha algum sentimento ruim por Fred Durst, vocalista do grupo Limp Bizkit, é necessário voltar ao zero para assistir a estréia do cantor como diretor de cinema em The Education of Charlie Banks. Durst dirigia os vídeos de sua banda e os marcava pela ousadia técnica e a fuga dos clichês. E em seu primeiro filme a história se repete.

Durst retrata com fidelidade a atmosfera de Nova Iorque durante os anos setenta, época que o inteligente Charlie Banks testemunha um brutal espancamento durante uma festa, por Mitch, um garoto de sua vizinhança, que se interessava em caçar garotas e bater em garotos. Com as imagens presas à sua mente, ele decide ir até a polícia e contar o caso.

Em devidas proporções, é algo que muitos adolescentes encaram; que é o convívio com uma espécie de trauma intenso e que pode aparecer quando você menos espera. O relacionamento de Banks e Mitch, que se reencontram anos depois, quando ambos já estão na faculdade é com uma bomba relógio, apenas esperando para jogar tudo pro alto. E é ai que a mão do diretor pesa, acompanhado de um elenco bem preparado.

O desespero de Banks é conduzido de uma forma que o espectador entre de fato nesse suspense, não com uma simples ansiedade de que tudo se resolva no clímax e uma fácil resolução e sim por um envolvimento completo na trama. Jesse Einsenberg se mostra um digníssimo ator, pois a naturalidade parece passar dos poros da face do ator.

Enquanto nós, espectadores, esperamos por tal explosão, acabamos ganhando uma história de reconstrução e renovação de vida. Com a mente conturbada, Banks parece preso a um pré-julgamento e sem forças para uma nova chance. É uma história sobre uma fase de transição, onde a brutalidade dos fatos moldam o caráter do personagem principal.

É lógico que como todo diretor estreante, Durst quer mostrar para o que veio – Ele aposta em movimentos de câmera, elipses, trilha sonora classuda, planos bem estudados e se dá bem. Consegue a naturalidade necessária para um bom andamento.

A história de Charlie Banks foi feita para ser desconstruída como o próprio personagem sugere durante o filme. É uma história sobre crescer; Sobre um período conturbado, sobre a submissão, misericórdia e a falta de limites que os jovens só aprendem mesmo na prática. A descoberta sexual e o uso de drogas estão lá também, mas não foram feitas para causar alarde, são meros coadjuvantes, pois o que está fora dos personagens não importa muito para Durst e sim, o que está prestes a explodir dentro deles. Durst mostra um futuro promissor atrás das câmeras. E não espere alguma música do Limp Bizkit...

★★★★

A Educação de Charlie Banks (The Education of Charlie Banks, EUA, 2008) de Fred Durst 

8 comentários:

  1. OláInteressante. É legal ver novos diretores surgindo, são idéias novas no pedaço : )até mais…

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  2. Eu ODEIO Fred Durst. Sujeitinho que se acha. Mesmo com seu bom texto, vou ficar é longe desse filme…

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  3. ADOREI! *_____*aaaaaa…cara nova intão?! ficou lindo o novo layout :) beijo :*

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  4. gostei, mas deve ser bem difícil de achar :/

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  5. eu ia querer ver anyway, gosto de pessoas novas no cinema, os que n são besteirol é claro, dão uma avivada nas coisas, mas gostei mt do texto tb, criou uma expectativa boa!

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  6. Bem, esse você mesmo me passou! rsrsAinda vou assistir. Gostei muito do layout novo. Mas essa coluna de notícias é você quem controla?o/

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  7. Eu ODEIO Fred Durst. Sujeitinho que se acha. Mesmo com seu bom texto, vou ficar é longe desse filme…

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  8. Acabei de assistir a esse filme, nem sabia da existencia dele, e que muito menos fora dirigido por Fred Durst, e devo dizer que achei um filme muito bom, recomendo…

    Meio tarde para um comentario… Mas muito bom o filme.

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