GUERRA SEM CORTES


Já em seus minutos iniciais, Brian De Palma desmancha tudo que construiu em muitos anos dirigindo filmes. Declara que seu filme Guerra Sem Cortes não é para ser um produto emotivo hollywoodiano e sim, um retrato próximo do que se passa pelo Iraque, assunto já saturado pelo cinema desde os ataques de 11 de setembro e não poupa críticas para filmes que exploram a tragédia com a intenção de faturar nas bilheterias.

Da típica elegância dos outros filmes de Brian De Palma, vemos o diretor ir para outro extremo, escolhendo as câmeras digitais para guiarem os dias de angústia dos soldados e o uso de referências modernas como a internet para informações e protestos se proliferarem pela rede mundial de computadores.

Desse tédio e dos costumes americanos, vemos o crescimento de atitudes radicais dos soldados que já tem suas raízes fincadas na violência e como uma saída mais eficiente para momentos de paz. As necessidades dos soldados também em crescente urgência acabam em saídas chocantes, fora a cansativa relação entre eles e o gratuito ódio gerado contra os Iraquianos, que nada podem fazer numa situação que está totalmente dominada pelos americanos, que na verdade, nem sabem o que estão fazendo ali.

Já convictos da absolvição, o que resta a eles são os traumas e a luta pela justiça do próprio coração, pois a justiça sugerida por George W. Bush é feita com excelência. Brian De Palma consegue dominar seu filme, mesmo com um elenco perdido e a linguagem quase documental, que faz o filme perder forças a todo o momento, mesmo que essa aposta seja para fugir de um clichê do cinema americano.


Guerra sem Cortes (Redacted, EUA, 2007) de Brian De Palma

7 comentários:

  1. Vai completar 2 anos que quero ver esse filme, e nada!

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  2. "Vai completar 2 anos que quero ver esse filme, e nada!" [2] Já saiu em DVD? Tenho um certo problema com esse tipo de produção, as últimas com tal tema foram bem fraquinhas, mas acho que o Brian De Palma não faria qualquer coisa…

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  3. Tenho o DVD – oferta de um jornal – mas confesso que não gostei de todo aquele estilo meio documental. Um filme que me passou ao lado, sem dúvida…

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  4. Que pouco caso não terem lançado até agora por aqui.Em face das reações inflamadas nos EUA, é de suspeitar que De Palma talvez tenha chegado um pouco mais próximo da realidade do que outros cineastas.Aguardo-o com ansiedade.

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  5. Pois éé.. vai fazer 2 anos que tô pra ver Harry Potter 6.

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  6. Oi Pedro! Acho que a da turma de italo-americanos de Hollywood, o Brian de Palma é o mais preguiçoso deles atualmente. O Scorsese ainda faz bons filmes e o Coppola produz uns filmes legais. Achei Redacted de uma palidez total… abs.

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