VIDAS QUE SE CRUZAM


Guillermo Ariaga é conhecido pelo seu trabalho em parceria com o diretor mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu. Ariaga assinava os roteiros e Iñarritu os moldava em imagens, rendendo filmes memoráveis como Babel, 21 Gramas e Amores Brutos. The Burning Plain, debut de Ariaga como diretor, é um filme sobre distância. É um filme sobre causa e conseqüência. Infidelidade, traumas, indiferença e a óbvia mudança de valores e guias.

A narrativa é desconstruída em três núcleos, na fronteira dos EUA com o México, com a desculpa conveniente para Ariaga escalar nomes como Charlize Theron e Kim Basinger para atuar com atores desconhecidos de sua terra natal. No deserto entre os dois países, Ariaga une esses núcleos da forma que já conhecemos pelos trabalhos dirigidos por Iñárritu. A ilusão de um labirinto criado pelo texto em alguma hora do filme deixa pistas explícitas para unirmos os núcleos. Ariaga desta vez falha para escrever e dirigir. O roteiro tem lacunas exageradas e resolvidas de forma abrupta.

Novidades não existem em The Burning Plain, mas a forma particular de fragmentar histórias de Ariaga ainda surte efeito de maneira positiva, mesmo que Hollywood tenha saturado essa forma. Na busca por respostas e acordos, os personagens rondam por caminhos obscuros, como um martírio, uma forma de se obter perdão através do sofrimento. Alguns escolhem a apatia, outros escolhem buscar respostas, mas de uma forma ou de outra, o peso criado por escolhas alheias afetam de forma irreversível em suas vidas.

Vidas que Se Cruzam (The Burning Plain, EUA/Argentina, 2008) de Guillermo Ariaga

5 comentários:

  1. Já eu acho que "The Burning Plain" um filme sobre personagens que estão na vida que estão por não terem o carinho que desejam das pessoas que os cercam. Neste sentido, é totalmente justificavel a razão da personagem de Kim Basinger manter um caso com um outro homem. Afinal, o seu próprio marido nem a deseja mais. Já Charlize Theron ela encontra a chance da felicidade e de esquecer a tragédia que ocasionou em seu passado quando surge em sua vida a filha que outrora abandonou. Não é um grande filme, mas com toda a certeza acerta em cheio em sua proposta.

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  2. Eu gosto muito desse cara. Todo mundo desce a lenha em Babel e cia, mas eu acho o texto do cara sempre impecável. Espero que tenha acertado como diretor.

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  3. Gosto muito dos trabalhos de Ariaga, principalmente dessa característica de fragmentar histórias. Deu certo em todos os filmes dele que vi e espero que tenha conseguido também no seu primeiro título como diretor. Na expectativa por ver!

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  4. Interessante a trama do filme, e ainda mais ler que você gostou. Adoro os roteiros de Arriaga.

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  5. Estou no aguardo por este!

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