A ESTRADA

 

Baseado no livro homônimo de Cormac McCarthy, John Hillcoat monta um cenário pós-apocalíptico para inverter valores em A Estrada. Hillcoat faz questão de lembrar que certos instintos reacendem em situações de sobrevivência e que o raciocínio fica em segundo plano. A trama é costurada após o nascimento de um menino. O mundo já havia sido destruído e não importa como e porquê. Ao lado de seu pai (Viggo Mortensen em total entrega ao personagem e provavelmente a maior força do filme), eles vagam pelas ruas com um só objetivo: Saírem ilesos de todos os riscos à sua volta.

Neste momento o dinheiro não vale mais nada. O medo, a pobreza e a violência são consequências de um cenário anárquico que faria qualquer homem desabar. Para o homem, sua única motivação em continuar a caminhada em direção ao sul é a sobrevivência de seu filho, mesmo que ele não entenda muito bem o porquê. Suas forças ficaram no passado com o desaparecimento de sua esposa. Longe da pieguice, John Hillcoat utiliza a ausência de elementos básicos de uma narrativa moderna para salientar o valor de pequenas coisas do cotidiano, suas motivações e os instintos que as cerca.

A Estrada pode, em partes, ser comparado a Gerry, de Gus Van Sant. É uma trama focada na procura do desconhecido, enfatiza suas intenções na escassez de diálogos e transforma seus enquadramentos de câmera em pinturas. E, assim como o longa de Gus Van Sant, A Estrada foi feito para ser interpretado lentamente, enquanto foge completamente dos clichês do cinema americano quando o assunto é fim do tempos.

A Estrada  (The Road, EUA, 2009) de John Hillcoat

4 comentários:

  1. Eu gostei do filme, embora o final tenha me decepcionado um pouco.

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  2. O filme deixou-me sem palavras, porque potencia o efeito murro no estômago. É visceral e cruel. Muito bom.

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  3. vi esse filme com a minha mae outro dia, achei legal,rs
    Voltei a postar, depois vc da uma olhada
    ;)

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  4. Fiquei muito interessado neste filme após conferir ao videocast da Isabela Boscov. O terceiro ato, que parece contar com Guy Pearce e Molly Parker (uma atriz que adoro!) me deixou bem interessado. E eu ainda não vi "Gerry", mas a comparação me pareceu curiosa. Assistirei "A Estrada" assim que conferir alguns lançamentos mais recentes.

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