KICK-ASS - QUEBRANDO TUDO

kick_ass07 

Filmes de heróis chegaram às telas aos borbotões na última década. Muitos com diretores com cacife suficiente para justificar a compra de ingresso como o caso de Zack Snyder (Watchmen) e Sam Raimi (a trilogia Homem-Aranha), mas poucos realmente se aventuraram em um terreno que desconstrua super-heróis além de um formato acessível a grandes públicos. É o que acontece em Kick-Ass – Quebrando Tudo. A adaptação da graphic novel de Mark Millar e John Romita Jr. para os cinemas consiste na inovação na desmistificação de heróis e em interessantes fragmentos de referências - e isto deve ser visto com bons olhos. É divertimento, é comédia adolescente, incorreto e extremamente violento, mas o que chama mais atenção da obra é como o filme de Matthew Vaughn é composto por caminhos tortuosos para o que chamamos de “blockbuster”.

Vaughn soube bem como montar esse mosaico sem que o lado autoral seja apagado. Em devidas proporções, Quentin Tarantino é o nome mais lembrado durante o filme por ser mestre na construção de referências. Não só por equalizar o humor com a violência sem que nenhuma dessas colunas para o roteiro caia em ostracismo, mas pela linguagem utilizada.  Justifica-se o som e sua ausência, a transformação do cinema em espetáculo em sequências bem amarradas e a utilização de macetes do cinema clássico como o narrador, elipses e a divisão de gêneros e aspectos modernos como a montagem frenética.

A habitual censura hollywoodiana dá o lugar para o diretor explicitar suas inspirações em Scarface e Pulp Fiction sem complexidades narrativas ou imersões existenciais. A cartilha é sim a do cinema pipoca, mas a busca por uma inovação do gênero, mesmo que sutil, dá ao filme a peculiaridade necessária para arrematar uma nova identidade. A possibilidade que o mundo dos quadrinhos e do cinema dá ao diretor é exposta em sequências geniais e deliciosas, como por exemplo, a que Hit Girl, uma menina de onze anos, sozinha, aniquila capangas ao som de “Bad Reputation” de Joan Jett e depois foge de um homem que segura uma bazuca. Esses absurdos representam bem o clima de Kick-Ass – Quebrando Tudo. É descompromissado, mas faz o trabalho com uma qualidade que muitos gostariam de ter quando o assunto é adaptação de uma história em quadrinhos:  ousadia.

Kick-Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass, EUA, 2010) de Matthew Vaughn

6 comentários:

  1. Adorei esse trailer quando o assisti nos cinemas recentemente e as excelentes opiniões que ando lendo sobre "Kick-Ass" são mais que suficientes para me fazer querer MUITO assistir ao filme.

    ResponderExcluir
  2. Esse filme parece ser muito bom mesmo, só pelo fato de ser diferencial em relação a outros filmes de "super heróis", onde esses descobrem ter algum poder invensível para combater o mal ou descobrem ser mutantes e etc...Agora "Kick-Ass" mostra que para se defender e combater os "vilões" não é necessário ter super poderes, e sim armas de fogo, revolveres, bazucas e muita habilidade, claro! e independente se for adulto, ou apenas uma adolescente, como retrata no filme! Tenho certeza que ação, comédia e muita adrenalina, não faltarão em Kick-Ass.

    Espero ve-lo em breve e obrigada pela dica Pedro! =)

    ResponderExcluir
  3. Subindo pelas paredes querendo ver esse filme! E não chegou aqui, o maldito!

    ResponderExcluir
  4. Ousadia é algo que não vemos muito em produções estadunidenses assim. Isso é que é atraente. Apesar do lado cômico, vou acabar vendo, com certeza.

    ResponderExcluir
  5. Santo exagero, Batman.

    hahaha tô zoando, pedro. mas não achei grande coisa. tem essas qualidades todas que falou, mas eu fiquei cansado com 40 minutos de filme. sei lá o motivo. tava gostando muito no início, mas murchou.

    []s!

    ResponderExcluir

Melhores Filmes de 2023

Mangosteen de Tulapop Saenjaroen Mais um longo post com os melhores filmes do ano. São os melhores filmes lançados entre 2021-23 com mais ...