TÃO FORTE E TÃO PERTO


“O pior dia”, como o garoto Oskar (Thomas Horn) chama o dia 11 de setembro de 2001 coloca Tão Forte e Tão Perto num contexto primário de objetivos – a aura fantástica que rege o processo de continuidade após o trauma serve de contraponto à força que o assunto reserva.

O fardo que um país inseguro carrega faz Stephen Daldry (O Leitor, Billy Elliot) construir um quadro poético sem concomitância ao imaginário infantil – razão maior do filme ter um roteiro tão problemático. Sem refinamento entre a alusória fase de amadurecimento de Oskar e os sintomas comuns de um tempo crítico – síndromes, questionamentos e a frágil relação com o desconhecido (o futuro e principalmente com os estrangeiros), Tão Forte e Tão Perto é oscilante; metralha informações para o mote investigativo e suspira com o lado lúdico, mas nunca os une em contexto a partir do livro de Jonathan Safran Foer.

Aproximar tema e abordagem alternativa neste caso é uma manobra arriscada – o exagero distancia o espectador, surrado por este tema há onze anos. Os bons momentos estão justamente quando o diretor se desamarra do assunto para focar-se de forma unilateral à emoção; os ataques são suporte, mas a desconstrução cabe a diversas óticas.


Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud & Incredibly Close, EUA, 2011) de Stephen Daldry

2 comentários:

  1. Stephen Daldry errando? Vou conferir ainda…
    Abs!

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  2. Pê, eu AMEI o filme, adoro o jeito como cada coisinha tem um significado, e como o menino vê tudo de forma óbvia. Mas realmente, o filme melhora muito quando o assunto "11 de setembro" sai um pouquinho de cena.
    Vi no cinema e segurei o choro, preciso ver de novo e me acabar de chorar haha
    :*

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