VOCÊS NÃO VIRAM NADA AINDA


Abrem-se as cortinas. Um novo mundo vos espera. Vocês Ainda Não Viram Nada, mesmo que vague pela obviedade, é um filme sobre o espaço entre platéia e palco. Em outra esfera, Alain Resnais (Hiroshima Mon Amour, Medos Privados em Lugares Públicos) presta tributo à dramaturgia.

Seja no teatro ou no cinema - ambos muito bem representados -, partindo da mitologia grega com Orfeu e Eurudíce, Resnais, com a figura do diretor, coloca espectadores e elenco no mesmo patamar, relacionando e medindo o envolvimento com a obra e a intensidade do processo de representação.

Em certo ponto, platéia e obra se misturam e criam a máxima que a arte pode oferecer. Desta forma, o filme transparece suas intenções de tributo e constatação como a arte e a forma que se traduz a experiência, principalmente a de imersão. Porém, o drama de Orfeu e Eurudíce dilui a potência e ironicamente o envolvimento do público. Há necessidade de ligar trama e personagens - todos eles em algum momento viveram em função da peça (aqui como teatro filmado) e a releitura da mesma embarca apenas pelo viés melodramático - encenamento e exagero. Vocês Ainda Não Viram Nada funciona apenas como homenagem, pois como diálogo é dicotômico e raso.

Vocês Ainda Não Viram Nada (Vous N'Avez Encore Rien Vu, França, 2012) de Alain Resnais

2 comentários:

  1. Tudo isso e mais o amor, a vida, a morte, o amor após a morte. Resnais, nonagenário, volta-se para o mito. Eurídice, que o amado Orfeu tenta resgatar dos mortos, é um dos grandes mitos gregos, como Ulisses e Helena. “Três atrizes se revezam no papel de Eurídice e Resnais não impôs um modelo a nenhuma de nós. O mais incrível é que ele tem sempre o filme ideal na cabeça, mas não o impõe à equipe. Ele não nos disse como interpretar/recriar o mito, mas com sensibilidade e persuasão, apelando ora para nossa emoção, ora para o intelecto, nos levou aonde desejava.” O repórter faz uma confissão – seu coração carrega, como preferido, Hiroshima, Meu Amor, o primeiro longa do autor. Anne diz que o Resnais dela é O Ano Passado em Marienbad. “É um filme que hoje está mais novo do que há 50 anos.” E revela – desenvolve atualmente um projeto para teatro com Emmanuelle Riva. A atriz de Amor, de Michael Haneke, ‘é sublime’, diz.

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  2. “É show para comemorar a eternidade da bossa nova, não só os 50 anos dela”, avisa a cantora Miúcha, que se apresenta terça-feira, às 21h, no Teatro Sesiminas, para celebrar a mais internacional e charmosa das invenções brasileiras. “Essa música muda o nosso estado de espírito, te coloca de bem com a vida, faz você se sentir bem”, completa. Miúcha se espanta com o fato de que, duas décadas atrás, havia gente que tratava a bossa como algo antigo e superado.

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