Coringa (Todd Phillips, 2019)


Há a tendência de sombrear o meio e manter a mensagem quando se fala da "nova" configuração do Coringa. Discute-se muitos os efeitos da violenta protuberância na manifestação, do personagem como grande representação de posturas e efeitos sociais através da vilania. Nota-se, por outro lado, que Coringa é um tipo de cinema feito na base da segurança, que sua tendência supostamente anárquica está guardada em molduras que Todd Phillips nunca atravessa. Há a noção de legado, do personagem de Joaquin Phoenix como um primeiro rei, de um trono deixado para tantos outros como Jack Nicholson e Heath Ledger e que a grande escolha deste filme é que ele esteja inclinado, entre seus limites, à performance. No espelho, nas danças, nas corridas e nos discursos, as fagulhas de uma discussão acerca da psique e de respostas imediatas no espectro social ficam em primeiro plano já nos primeiros minutos e o que se desenvolve a partir disso são maneiras de iniciar e terminar justificativas numa sensação vertiginosa até o um ato mais explícito, que vai do Édipo às relações afetivas e o fracasso profissional. Encarnar a essência é o que se tira de Coringa, mas estudá-la a fundo ou deslocar o pensamento lógico da sequência de imagens que o filme oferece não está como prioridade para Todd Phillips.

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