Neste Crimes of the Future o diálogo corpo e máquina com a extensão e arte é mais fetichista no sentido dissertativo da coisa. A forma que o tema é destrinchado - e também alinhado - vai como uma defesa apaixonada e não como uma narrativa assertiva, o que me lembra os longos detalhamentos de William Gibson na trilogia Neuromancer para seguir sua história ou contos fantásticos mais interessados no desenhos dos corpos do que o extrafisico - talvez pelo comentário sádico ao mundo da arte contemporânea. Conforme o filme de Cronenberg se desenvolve há um flerte maior com a possibilidade de ser, enfim, um conto de associações a partir da duplicidade entre ética/moral e alma, o que me parece ser a grande jogada do filme para justificar alguns aspectos à priori visuais e que aproxima o "futuro" do agora de maneira bastante assustadora.
Crimes of the Future (David Cronenberg, 2022)
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