Melhores Filmes de 2017

Há uma única regra para a composição desta lista: filmes vistos pela primeira vez lançados entre 2015 e 2017.
Para maiores informações sobre os filmes, com comentários meus, inclusive, acesse:

Dead Slow Ahead (Mauro Herce)

Menções #1 (100 a 51):
Creep 2 (Patrick Brice), A Parte do Mundo que Me Pertence (Marcos Pimentel), Roda Gigante (Woody Allen), Verónica (Paco Plaza), By the Times it Gets Dark (Anocha Suwichakornpong), Ma’Rosa (Brillante Mendoza), O Futuro Perfeito (Nele Wohlatz), Bad Lucky Goat (Samir Oliveros), A Ghost Story (David Lowery), Aliados (Robert Zemeckis), Destruction Babies (Tetsuya Mariko), The Sleepless Curse (Herman Yau), Oyate (Dam Girmus), A Seita (André Antônio), Kor (Zeki Demirkubuz), Como Nossos Pais (Laís Bodanzky), Animal Político (Tião), A Longa Caminhada de Billy Lynn (Ang Lee), Filmus (Clément Safra), Marjorie Prime (Michael Almareyda), Projeto Florida (Sean Baker), La Tierra Aún Se Mueve (Pablo Chavarria), Discreet (Travis Matthews), Eu Não Sou Seu Negro (Raoul Peck), Deux Remi Deux (Piérre Leon), The Day After (Hong Sang-Soo), Lamparina da Aurora (Frederico Machado), Toni Erdmann (Maren Ade), Música Para Quando as Luzes se Apagam (Ismael Caneppele), Uma Paisagem em Yangtze (Xu Xin), Fragmentado (M.Night Shyamalan), ¾ (Ilian Metev), American Valhalla (Josh Homme), Homo Sapiens (Nikolaus Geyrhalter), Behemoth (Liang Zhao), Adeus Entusiasmo (Vladimir Durán), Paradox (Wilson Yip), Joaquim (Marcelo Gomes), We Make Couples (Mike Hoolboom), Columbus (Kogonada), Dead Slow Ahead (Mauro Herce), No Intenso Agora (João Moreira Salles), Subybaya (Leo Pyrata), Heal the Living (Katell Quilévéré), Martírio (Vincent Carelli), Mrs. Fang (Wang Bing), People That Are Not Me (Hadas Ben Aroya), Paterson (Jim Jarmusch), O Sequestro (Luis Prieto), Iran (Walter Carvalho) .

Get the Girl (Eric England)

Menções #2 (50 a 36):
Death Note (Adam Wingard), The Illinois Parables (Deborah Stratmann), A Babá (McG), Antipornô (Sion Sono), Anjos Vestem Branco (Vivian Qu), Sexy Durga (Sanalkumar Sasidharan), A Travessia (Robert Zemeckis), mãe! (Darren Aronofsky), The Sky Trembles and The Earth is Afraid and the Two Eyes Are Not Brothers (Ben Rivers), Abaixo a Gravidade (Edgard Navarro), Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava (Fernanda Pessoa), Autocrítica de um Cão Burguês (Julian Radlmeier), Get the Girl (Eric England), Love and Other Cults (Eiji Uchida), Antônio Um Dois Três (Leonardo Mouramateus).

35. O ESTRANHO CASO DE EZEQUIEL (Guto Parente) 
Histórias que se ignoram.

34. SHIN GODZILLA (Hideaki Anno, Shinji Higuchi)
Fragmentos históricos via cinema fantástico. 

 33. O AUGE HUMANO (Eduardo Williams)
As extensões de Macluhan.

 32. SIERANEVADA (Cristi Puiu) 
"O teatro não é a vida nem o seu contrário, ele é como a vida" (Biette) 

31.CUMP4RSIT4 (Raul Perrone)
Guerra, rostos e texturas. Uma jornada pelo cinema dos anos 20/30.

30. LOVE & PIECE (Sion Sono)
Um filme de Sion Sono: Papai Noel mendigo, renegado que vira punk e uma tartaruga gigante.
 
 29. BARONESA (Juliana Antunes)
O lado B do filme de gangster.


 28. STRAIGHT OUTTA COMPTON (F. Gary Gray)
O lado A do filme de gangster.

 27. WEREWOLF (Ashley McKenzie)
Contravenções imagéticas.

 26. CACAYA (Peter Azen)
Corpos e performances. Bressane em exílio americano.

 25. OS INCONTESTÁVEIS (Alexandre Serafini)
Monte Hellman e Edgard Navarro às margens da civilização.
 
 24. APESAR DA NOITE (Philippe Grandrieux)
Amor, masculino.

 23. ARÁBIA (Affonso Uchôa)
Enunciado e enunciação.
 
 22. A MORTE DE LUIS XIV (Albert Serra)
Dentro da moldura.

 21. HOW TO TALK TO GIRLS AT PARTIES (John Cameron Mitchell)
Cinema fantástico.
 
 20. NA VERTICAL (Alain Guiraudie)
Obsessão, solidão e a torpe fragilidade humana.
 
 19. A BRIDE FOR RIP VAN WINKLE (Shunji Iwai)
Thriller fantasma.

 18. MILLA (Valérie Massadian)
Jeanne Dielman adolescente.
 
 17. Z - A CIDADE PERDIDA (James Gray) 
O cinema no monopólio da crença (ou como gostamos tanto de um cinema já tão distante)

16. 4 DAYS IN FRANCE (Jérôme Reybaud)
João Pedro Rodrigues encontra Vecchiali nas paisagens de Straub/Huillet.

 15. BITTER HONEY (Sogo Ishii)
Conto de fadas sobre a morte.
 
14. THE LOVE WITCH (Anna Biller) 
A morte do cinema ou o slasher de Wes Anderson.

 13. REY (Niles Atallah)
Perrone e Jodorowsky se encontram para narrar um capítulo esquecido da história chilena.

12. 9 DEDOS (F.J Ossang)
Ossang convida Garrel e a máfia para o divã.


 11. SEM FÔLEGO (Todd Haynes)
Gestos e linguagens: o cinema em mutação.

 10. SLEEP HAS HER HOUSE (Scott Barley)
Catálogo de sensações.


 09. NÃO ME FALE SOBRE RECOMEÇOS (Arthur Tuoto)
Entre tantos filmes sociais, o mais incisivo é aquele que se interessa pelas imagens.


 08. RYUZO AND THE SEVEN HENCHMEN (Takeshi Kitano)
Exemplar de Kitano insano mais interessante que o contemplativo.

 07. JOHN WICK: UM NOVO DIA PARA MATAR (Chad Stahelski)
Espelhos e simulacros.
 
 06. LE PARC (Damien Manivel)
Chiaroscuro sobre os tempos modernos.


 05. 1048 MOONS (Charlotte Serrand) 
Straubfilme do ano.
 
 04. EX LIBRIS: NEW YORK PUBLIC LIBRARY (Frederick Wiseman)
Monumento cinematográfico.

 03. A CÂMERA DE CLAIRE (Hong Sang-Soo)
Deliciosamente honesto.
 
 02. OFFICE (Johnnie To)
O PlayTime de To.
 
 01. NA PRAIA À NOITE SOZINHA (Hong Sang-Soo)
Brutal.

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Top 10 Festival do Rio


63 filmes depois, eis os meus dez favoritos do Festival do Rio 2017:

   
01. A Câmera de Claire (Hong Sang-Soo)

02. Milla (Valérie Massadian)

 03. Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York (Frederick Wiseman)

04. How to Talk to Girls at Parties (John Cameron Mitchell)

05. Lobisomem (Ashley Mckenzie)

06. Antipornô (Sion Sono)

07. Sexy Durga (Sanalkumar Sasidharan)

08. Anjos Vestem Branco (Vivian Qu)

09. Autocrítica de um Cão Burguês (Julien Radlmaier)

10. Discreet (Travis Matthews)
 

Festival do Rio (Parte 3)



 Uma Criatura Gentil de Sergei Loznitsa
Filme que inflexiona a ideia de burocracia e hierarquia em uma prisão como reflexo de um país. Quando Loznitsa deixa explícitas suas intenções, o filme ganha força, principalmente quando se apoia em alegorias. No restante é um morno exercício de repetição de fórmulas. 
Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York de Frederick Wiseman
Wiseman segue seu olhar às instituições americanas. Aqui, um estudo antropológico como forma de observar Nova York como núcleo social, uma comunidade que necessita de atos maiores, da cultura à política, para chegar a real democracia recheado de momentos espetaculares em especial a celebração das senhoras e as palavras de Patti Smith. 
Golden Exits de Alex Ross Perry
Depois de emular Polanski em Queen of Earth, Ross Perry perde a linha neste filme que mais parece as tentativas de Woody Allen em parecer Bergman. Entre o interminável balé de fades, as relações interpessoais exibem adultos infantis e jovens adultos. A balada da insegurança respinga no diretor.
How to Talk to Girls at Parties de John Cameron Mitchell
Desregrado, cartunesco, infantil e antes de tudo uma boa análise dos jovens – punks – ingleses na era de Tatcher no partido conservador. O filme luta diretamente contra convenções da ficção científica ao uni-la com uma comédia teenager numa estranheza deliciosa.
Fuga! de Jimmy Henderson
Henderson mirou no Johnnie To e acertou no Dante Lam fazendo filme televisivo. A brincadeira com o espaço fílmico termina antes mesmo de começar pois ela é suportada por um fio narrativo de quinta categoria aliado às frágeis cenas de ação. É o típico caso de se relevar tudo e seguir até o fim.
Motorrad de Vicente Amorim
Compêndio de tentativas: do uso do dispositivo, de linguagem, de narrativa e atmosfera. Fica mais para um comercial sinistro do comercial do canal Off obcecado pela estética sem êxito em nenhuma dessas tentativas.
O Animal Cordial de Gabriela Amaral Almeida
Thriller delimitado pelo espaço com alusões sociais na primeira parte, no miolo um sinistro conto de terror e no fim um filme extremamente problemático para se resolver. Na média, falta diálogo maior com a locação e a sustentação da atmosfera sinistra que o filme sugere em alguns momentos.
Alguma Coisa Assim de Esmir Filho e Mariana Bastos
A intenção parece ser a de catalogar lembranças  como contraponto de uma tragédia existencialista – muito duvidosa, por sinal – e é o melhor que acontece no filme, pois de resto é um drama pouco envolvente, mais gratuito com as emoções e fiel às imagens.
Unicórnio de Eduardo Nunes
O filme tem signos interessantes entre a estética permeada pela linguagem de Béla Tarr e Tarkovsky, mas muitas apostas inseridas destoam por completo do drama rural, principalmente um tom fabuloso dispensável, pois Unicórnio tem elementos oníricos embutidos a cada movimento de câmera.
Antipornô de Sion Sono
Manifesto contra o falso puritanismo japonês num vômito justificado: “é cinema!”, “é arte!”. Um filme basicamente sobre o incômodo constante que a arte produz e sua força de reverberação àqueles que a consomem. O completo descontrole de Sion Sono em apenas 70 minutos.
Barbara de Mathieu Amalric
Proto cinebiografia. Uma espécie de Noite Americana mais indireta, interessado tanto na quebra da quarta parede quanto na obsessão dos atores com seus personagens e representações maiores. Um exercício interessante sobre o cinema, ainda que Almaric não fuja da repetição.
Patti Cake$ de Geremy Jasper
A balada da rejeição e a busca por realização e aprovação vêm no arquétipo do cinema independente americano, muito próximo à “esperteza” de Sundance. A profundidade de Patti Cake$ é oferecida na troca pela estética e a opção de ser um filme “livre” – ou seja, de ritmo, mas de pouca relevância.
Zama de Lucrecia Martel
Filme truncado que briga com os signos possíveis, sempre dentro de uma moldura estipulada como forma de análise de caráter de seus personagens. É agradável acompanhar como o filme briga com estas imposições, mas esgota o espectador pela falta de diálogos com o que há de fora dessas paredes.
Os 8 Magníficos de Domingos Oliveira
O mais agudo experimento feito por Domingos Oliveira também é a sua forma de revisitar sua fase adulta, a do cinema do digital e de entrega completa de seus filmes à dramaturgia. Um raio-x com bons momentos, outros duvidosos de oito atores em um apartamento na zona sul carioca.
Anjos Vestem Branco de Vivian Qu
Qu denuncia as diferentes formas do capitalismo e do poder através de um thriller fantasma sem um vilão visível, mas com um desfecho realista e de um profundo lamento sobre nossa monstruosidade e nosso futuro.
Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas) de Noah Baumbach
Mal decupado, editado, sem graça, uma mistura porca de Woody Allen com filmes do Adam Sandler. Baumbach chegou ao limbo a se dedicar a fortalecer a domesticação de um público. Tão gratuito e desleixado que chega a impressionar.

 Manifesto de Julien Rosefeldt
Pura alusão a um manifesto sobre arte e seus impactos. Verborrágico, subestima a força da imagem para a mesma função, formando um compêndio de performances amorfas de Cate Blanchett sobre sociedade e arte num exercício de difícil sustento.
Açúcar de Renata Pinheiro e Sérgio de Oliveira
Os primeiros minutos de filme são muito interessantes, num clima de horror remetendo a Kiyoshi Kurosawa, mas o logo cai em simbolismos baratos e diálogos ainda mais pobres para transparecer as intenções de “justiça” à história do país. A média entre conteúdo e gênero é discrepante.

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