Nós (Us, Jordan Peele, 2019)


O passado como conduíte da inevitável abordagem alegórica sobre sua resolução. Enquanto houver seus resquícios seguir adiante será uma ação impossível. Deste modo, o filme de Jordan Peele serve como um exercício de modelagem e remodelagem de signos que não saem muito do lugar a partir desta primeira ideia, sempre de forma lateral e oriunda do pressuposto que seus argumentos são muito bem definidos - na verdade o filme não os utiliza, é sempre muito direto e não começa da pauta e da necessidade de ação e assim se resume. Enquanto via o filme me lembrei de Combustão Espontânea do Tobe Hooper e como o filme infiltra com sagacidade seu manifesto numa trama de horror e no caso de Nós esta iniciativa é adormecida pelo lado estético, que ideologicamente se basta num jogo de corpos e na boa decupagem - um bom exemplo é a cena da chegada da família à noite - e que pouco faz a respeito de seus ecos, justamente num filme que aborda e investe na reverberação histórica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Melhores Filmes de 2023

Mangosteen de Tulapop Saenjaroen Mais um longo post com os melhores filmes do ano. São os melhores filmes lançados entre 2021-23 com mais ...