Meirelles retrata bem esse estudo das condições humanas, da sociedade, contemporânea ou não, pois aqui é um estudo sobre o homem e segue seu método globalizado como fez em O Jardineiro Fiel. Quando uma epidemia de cegueira atinge uma cidade fictícia(sem nome, filmada em Montreal, São Paulo e Montevidéu, muito bem disfarçadas, aliadas a uma fotografia competente que casa as três sem problemas), os primeiros portadores da tal doença são jogados em um conjunto de celas e as condições são terríveis. Com a chegada de mais doentes e a falta de cuidados do governo no início da epidemia, vemos o homem virando um animal irracional, com base em dezenas de analogias e alguns fatos, que são frequentes nos tempos atuais.
Tudo está lá: Corrupção, o sistema, o jogo de interesse, ambição, traição e o instinto, principalmente ele. É claro que depois de vinte cortes depois da primeira versão, Meirelles nos proporciona um filme bem construído, dinâmico, mas deve na hora de chutar o balde. Enfrentar mesmo a platéia, chocar, algo que as primeiras versões faziam pessoas saírem da sala de exibição com cenas brutais de estupro, por exemplo.
O roteiro adaptado tenta, mas não tem muito resultado. Como trama, ele é um ótimo longa, bem construído, com belíssimas e inteligentes passagens, metáforas interessantes, pensado e o talento do elenco (tirando Mark Ruffalo que não consegue convencer ninguém) que conta com Julianne Moore e Gael Garcia Bernal ajudam o filme para ter um resultado final positivo, mas nas analogias, fica devendo um tapa na cara da platéia como Meirelles conseguiu em seus dois últimos filmes.
★★★
★★★
Concordo plenamente, a trama ficou boa.Mas a adaptação do roteiro não…Pra quem leu o livro, assistir ao filme acaba nem sendo tão emocionante.
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