Pouquíssimos são os filmes produzidos no Haiti. Chegar por aqui é quase um milagre. Os Amores de um Zumbi comprova tal fato, com salas lotadas nas exibições na 34ª Mostra de  Cinema de São Paulo. E o diretor Arnold Antonin parece correr contra o  tempo e utilizar o dispositivo para fazer um afobado panorama sobre o  país.
Com  pouquíssima infra-estrutura, o longa elimina a decupagem e trabalho de  câmera. O que dá pra fazer, Antonin executa. Só que é muito importante  para o andamento do filme saber se o diretor está levando sua história a  sério. E parece uma arma do diretor brincar com essas intenções. Dentro  da história de amor regido por um zumbi e uma mulher que vive em dúvida  entre seus desejos ou a doutrina religiosa, Antonin vai do protesto  político ao completo deboche com sua falta de estrutura e seus atores  totalmente despreparados.
Nesta  dicotomia, o Haiti é desconstruído através de hábitos e tramóias de  políticos, sem deixar que a bizarra historinha de amor seja deixada em  segundo plano. É uma pena, já que essa ausência de preparo da equipe só  impede que o filme se desenvolva sem tantos problemas de ritmo. Em certa  altura, fica mais interessante saber se Os Amores de um Zumbi é uma bobagem gigantesca ou um pequeno achado.
★★

 
 
 
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