Dez anos após Os Fantasmas de Marte, John Carpenter resolveu voltar à cadeira de diretor. E mostra que não perdeu a majestade. Aterrorizada se passa em um centro psiquiátrico e acompanha Kristen (Amber Heard), jovem recentemente internada após atear fogo em uma casa sem motivo aparente.
Na relação de Kristen com as internas, Carpenter cria a atmosfera de suspense. Abstrata, a representação de cada personagem é mutante. Entre o ativismo e a total submissão ao tratamento, uma teia conspiratória ganha forças sobrenaturais para relatar o caos que a reabilitação implanta às pacientes. Carpenter não se atreve em posicioná-las como heroínas ou vilãs, dando força maior para o mistério.
Aterrorizada marca o retorno ao básico, longe das pretensões de criar ícones, e sim a de reunir o suprassumo das invenções que o terror passou nas últimas décadas, em especial a de setenta. A de unir o impacto imagético à crescente atmosfera de suspense sem gratuidade e ser visceral, à priori.
★★★★
Aterrorizada (The Ward, EUA, 2010) de John Carpenter