O amor como antagonista em Triângulo Amoroso esfria as motivações castradas pela saturação do tema e colocam o filme de Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra)  na invariável pauta existencialista. Seus protagonistas vivem  silenciosamente as frustrações de uma relação fria que desenvolve  carências e pessimismo em relação ao futuro.
Com referências a Uma Mulher para Dois de François Truffaut a sua própria filmografia, Tykwer mostra que o processo é natural:  encontrar o oposto, completar um ciclo, mesmo que para isso tenhamos que  correr riscos. O que está no gene nos matará de alguma forma.
Tykwer  faz questão de transformar o âmago de sua história em cartada  estilística, o que após alguns filmes faz a característica se tornar  obviedade. A falta de sobriedade distancia os personagens mais que o  permitido. O prazer carnal cria conflitos flutuantes, que cercam o cerne  da história, mas nunca encontram o real – representado pela figura de  Adam, um homem que não sabe o que quer da vida, fora se relacionar com o  maior número de pessoas que puder. E Triângulo Amoroso pode ser sintetizado pela quase ditatorial e fetichista estética de Tykwer com a falsa idéia de bem-estar que o casal Simon e Hanna vive: da frivolidade à profundidade que as obrigações matrimoniais e  até mesmo fraternais exigem, por um choque, colocam livre arbítrio e  destino em harmonia.
Triângulo Amoroso (3, Alemanha, 2010) de Tom Tykwer
 
 
 
Eu geralmente não comentar em blogs, mas seu artigo me obrigaram a, incrível trabalho.
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