Melhores Filmes de 2018

Western de Valeska Grisebach

A regra é a de sempre: filmes lançados entre 2016 e 2018. Dessa vez um pouco mais ousada, com comentários sobre os cem filmes listados. Espero que vocês tenham paciência para ler tudo. Aguardo suas opiniões!

Ei-la:

 100. Humberto Mauro (André Di Mauro, 2018)
 Tudo é montagem.

99. A Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (João Salaviza, Renée Messora, 2018)
O que há de pior no homem branco

98. To Keep the Light (Erica Fae, 2016)
Nos limites do controle. 

 97. Theatre of War (Lola Arias, 2018)
Todo trauma é narrativa.

96. Clandestine (Jean-Marc Boulard, 2016)
O choque do Godard do digital com o da película.

 95. Depth Two (Ognjen Glavonic, 2016)
Imagens de terror.

 94. On the Subject of Extinction (Alonso Yáñez, 2017)
Resumindo os últimos dez anos do cinema de língua inglesa.

93. Ta'ang (Wang Bing, 2016)
Das mais singelas aproximações de Wang Bing.

 92. Baba Vanga (Aleksandra Niemczky, 2016)
Jeanne Dielman no apocalipse.

91. Drift (Helena Wittman, 2017)
O mar e o cotidiano.

90. Spell Reel (Filipa César, 2017)
Memória e reconquista pelo cinema. 

89. Salto No Vazio (Cavi Borges, Patricia Niedermeier, 2018)
Amor e guerra para Jonas Mekas.

88. Excelentíssimos (Douglas Duarte, 2018)
Se cercar vira hospício.

 87. All You Can Eat Buddha (Ian Lagarde, 2017)
Deus mortal.

86. A Floricultura (Ruben Desiere, 2017)
Imigração, preconceito e a suspensão da ação.

85. In Bed With Victoria (Justine Triet, 2016)
Pintar um quadro com post-it.

 84. Dreaming Under Capitalism (Sophie Bruneau, 2018)
Como ilustrar um pesadelo.

83. The Bottomless Bag (Rustam Khamdamov, 2017)
Contar um conto. 

82. The Rider (Chloé Zhao, 2018)
A mente pede. O corpo manda.

81. The Art of Speech (Olivier Godin, 2016)
Gênero é o que se move.

80. A Telenovela Errante (Raul Ruiz, 2017)
Como usar um instrumento de alienação.

79. Baixo Centro (Samuel Marotta, Ewerton Belico, 2018)
Pedro Costa visita o centro de Belo Horizonte.

 78. Sem Rastros (Andrew Haigh, 2018)
Matar e morrer. 

77. Peggy and Fred in Hell: Folding (Leslie Thornton, 2016)
O coming of age de Andy Warhol.

 76. Ray Meets Helen (Alan Rudolph, 2017)
Os fantasmas de Brisseau se apaixonam.

 75. Ex-Shaman (Luiz Bolognesi, 2018)
Apichatpong e o pecado sagrado.

 74. Playing Men (Matjaž Ivanišin, 2017)
Coreografia da irracionalidade.

 73. Happy Times Will Come Soon (Alessandro Comodin, 2016)
Narrar a morte. 

 72. Reino Animal (Dean Kavanagh, 2018)
O noir de Grandrieux. 

 71. Your Face (Tsai Ming-Liang, 2018)
No close, Tsai Ming-Liang arremata anos de história. 

 70. Readers (James Benning, 2017)
Antropologia e o mundo lá fora.

 69. Um Simples Favor (Paul Feig, 2018)
Das farsas mais divertidas do ano.

68. Ruins Rider (Pierre-Luc Vaillancourt, 2017)
Luzes e terror.

67. Sweet Virginia (Jamie M. Dagg, 2017)
Kelly Reichardt faz um neo-western com um curta de terror no terço final.

66. Malambo, The Good Man (Santiago Loza, 2018)
A dança dos dias.

65. Am Abend Aller Tage (Dominik Graf, 2017)
Graf em modo Fincher no auge da farsa.

64. The Widowed Witch (Cai Chengjie, 2017)
O filme fantástico de Lav Diaz.

63. Mundo Sem Fim (Sem Incidentes Reportados) (Jem Cohen, 2016)
Amálgama entre passado e futuro.

 62. Silent Mist (Zhang Miaoyan, 2017)
Horror entre vielas.

61. Hotel by the River (Hong Sang-Soo, 2018)
Distâncias e perspectivas.

60. Amalia (Omar Rodriguez-Lopez, 2018)
Analogias surrealistas.

59. Jogador Número 1 (Steven Spielberg, 2018)
Nostalgia virtual.

58. Cosimi (Raul Perrone, 2018)
A morte literária de Cristo.

57. Beyond the One (Anna Marziano, 2017)
Mekas comenta o amor. 

56. Em Chamas (Lee Chang-Dong, 2018)
A vingança do proletariado.

55. Rochas em Forma de Vento (Eduardo Makoszay, 2017)
Natureza de base para o experimento. o primordio da ciência.

54. Porto (Gabe Klinger, 2016)
Desejo desmontado.

53. Lady Bird (Greta Gerwig, 2017)
Os anos 00 como passado.

52. Luz (Tilman Singer, 2018)
 Tensão estética e economia narrativa.

51. Ramiro (Manuel Mozos, 2017)
O ranzinza Sr. Hulot. 

 50. Yara (Abbas Fahdel, 2018)
Dirigir e ser dirigido; isolar e ser isolado.

49. Asako I & II (Ryusuke Hamaguchi, 2018)
Autodestruição em duas vias.

48. Tonsler Park (Kevin Jerome Everson, 2017)
Raio-X da América.

47. Trama Fantasma (Paul Thomas Anderson, 2017)
Autonomia às imagens.

46. Mid90s (Jonah Hill, 2018)
Saudosa carta aos tempos de pureza.

 45. Princess Cyd (Stephen Cone, 2017)
Tudo que Call me by your Name tenta ser.

44. The Forgotten Colours of Dreams (Johnny Clyde, 2018)
Morte no dispositivo (ou um grande filme de vampiros).

43. Fraud (Dean Fleischer-Camp, 2016)
A era do exibicionismo.

42. Ilha (Glenda Nicácio, Ary Rosa, 2018)
Das mais revigorantes experiências do ano.

41. July Tales (Guillaume Brac, 2017)
Epílogo comico de O Raio Verde.

40. El Mar La Mar (J.P Sniadecki, Joshua Bonnetta, 2017)
Fantasmas de uma tragédia.

39. Os Dias Sem Tereza (Thiago Tavares Sobreiro, 2018)
Um grande exercício de tensão.

38. Noite de Jogo (John Francis Daley, Jonathan M. Goldstein, 2018)
Scooby-Doo para adultos.

37. Buraco Negro (Helena Lessa, Petrus de Bairros, 2018)
Se Raul Perrone refilmasse A Girl Walks Home Alone at Night.

36. A Melhor Escolha (Richard Linklater, 2017)
A saga de Linklater em esculpir o tempo segue firme e relevante.

35. Western (Valeska Grisebach, 2017)
Cerco político.

34. O Processo (Maria Augusta Ramos, 2018)
Murro em ponta de faca. 

33. Dark Night (Tim Sutton, 2016)
Pólvora em teto de vidro (ou a sequência natural de Pavillion).

32. O Passageiro (Jaume Collet-Serra, 2018)
Como um filme político deve ser.

31. Bomb City (Jameson Brooks, 2017)
Grande exercídio de rigor dramático.

 30. Like Me (Robert Mockler, 2017)
Desespero lollipop: Videodrome dos tempos modernos.

 29. The Night I Swam (Damien Manivel, Igarashi Kohei, 2017)
A versão infantil de Depois de Horas.

28. Operações de Garantia da Lei e da Ordem (Julia Murat, 2017)
7 a 1.

27. Mom and Dad (Brian Taylor, 2017)
Frontalidade e artifícios em prol da violência.

26. Streetscapes [Dialogues] (Heinz Emigholz, 2017)
Fé em concreto; crise em digital.

25. Deixe a Luz do Sol Entrar (Claire Denis, 2017)
A força das palavras em tortuoso cotidiano.

 24. Did You Wonder Who Fired the Gun? (Travis Wilkerson, 2017)
Senso de justiça.

23. Cocote (Nelson Carlo de Los Santos Arria, 2017)
Deus e o diabo na terra do sol.


22. Transit (Christian Petzold, 2018)
Narrar as frestas de um horror constante.


21. Bodied (Joseph Kahn, 2017)
Homem-Aranha versus o mundo.

 20. Amante por Um Dia (Philippe Garrel, 2017)
 Entre ruas, luzes e corpos, o amor, sempre preso à corda bamba.

 19. Monrovia, Indiana (Frederick Wiseman, 2018)
O sonho americano e o cinema estrutural. 

 18. Grass (Hong Sang-Soo, 2018)
O Festim Diabólico de Soo. 

 17. Support the Girls (Andrew Bujalski, 2018)
 América em cheque em grande bloco performático.


16. Morto Não Fala (Dennison Ramalho, 2018)
Suprassumo do terror.

15. Dovlatov (Aleksey German Jr., 2017)
A utopia está em como se filma e não quem se filma.

14. Equinócio de Primavera/Outono (James Benning, 2016)
Subir e descer montanhas. O western de Benning.

 13. Under the Silver Lake (David Robert Mitchell, 2018)
Hollywood noir (ou Richard Kelly adapta Mario Bros.)

12. Interchange (Brian M. Cassady, Melánie Shatzky, 2017)
A vida na cidade (por seus intermédios). O remake de 11x14.

11. Purge This Land (Lee Anne Schmitt, 2017)
Extração da poesia no homem.

10. Ash is the Purest White (Jia Zhang-Ke, 2018)
Máfia e amor sobre as mesmas articulações.

09. Our Madness (João Viana, 2018)
Morte nas guerras, ressurreição no cinema.

08. Phantom Islands (Rouzbeh Rashidi, 2018)
Zulawski e o peso da memória.

07. Drvo - A Árvore (André Gil Mata, 2018)
A criação de prólogo e epílogo para O Cavalo de Turim.

06. Sedução da Carne (Julio Bressane, 2018)
Carne-indústria versus diretor-dispositivo.

05. 15h17 - Trem Para Paris (Clint Eastwood, 2018)
O mais cínico heroísmo.

04. Ayudar el ojo Humano (Julián Génisson, César Velasco Broca, Lorena Iglesias, 2018)
Mitos e deuses enjaulados (ou Deus discute Godard).

03. Amanda (Mikhaël Hers, 2018)
Interpelar o horror.

02. First Reformed (Paul Schrader, 2018)
Deterioração. 

01. Sleeping Beauty (Adolfo Arrieta, 2016)
Um século de cinema e um conto de fadas.

2 comentários:

  1. Caro Filipe, o seu exercício de apresentar os 100 melhores filmes entre os anos 2016 e 2018 é, obviamente, demasiado amplo na sua extensão - uma lista com 100 filmes - e demasiado restrito na sua compreensão - breves frases como comentários justificativos da escolha e colocação dos filmes na grelha dos 100 filmes.

    Claro está que a apresentação desta lista, tal como a fez, sem a apresentação prévia de critérios que justifiquem qualquer ordenação, é puramente subjectiva e completamente arbitrária.

    Adaptando o dito do Imperador Joseph II da Austria, no celebre filme de Milos Forman Amadeus (1984), tenho a dizer-lhe caro Filipe que: a sua «Ópera» tem, ao mesmo tempo, demasiadas notas (filmes) e poucas notas (comentários).

    Saudações cordiais,

    Vítor barreira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Vitor, meu nome é Pedro, acho que o Filipe que procuras está aqui: anotacoescinefilo.com.
      Sobre notas e notas, acho que estou mais para um show dos Ramones. Muitas músicas e poucas notas.

      Excluir

TRÊS AMIGAS (Emmanuel Mouret, 2024)

  Parece uma extensão de Chronique d'une liaison passagère e Love Affair(s) com olhar menos formalista de uma teia de amores e tragédi...