Em Barbie há a adequação da acidez de um episódio cartunesco para adultos com a sabedoria que se trata da natureza de um produto. Ao contrário de seu filme irmão involuntário Repo Chick (Alex Cox, 2009), o filme de Gerwig se interessa mais a replicar histórias com pontos de identificação para aqueles que um dia tiveram a boneca. Um produto que se adapta para um produto terceiro que Gerwig usa até certo ponto com destreza para mensurar a emancipação feminina e a representação da boneca para a sociedade. As lacunas que a narrativa entrega geralmente são preenchidas com referências pop indo da música ao cinema - me encantou ver Holy Mountain no escritório do dono da Mattel - e que estão em função da diversão. É justamente com este tom que o filme funciona mais, execrando seus consumidores,as escolhas de linguagem e a própria Mattel do que uma mercadoria pronta para espiritualizar um silabário nostálgico a pensar em legado e representação que persegue boa parte do filme.
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