Armadilha (M. Night Shyamalan, 2024)

 

Arrisco dizer que Shyamalan amplia sua relação com o ilusionismo, o mistério e a farsa em “Armadilha". Trata-se de jogar o público para um lado, construir uma relação de tensão - principalmente de forma gráfica - e depois jogá-lo para o outro lado, como se estivéssemos em um novo filme. É reaproveitar a metodologia hitchcockiana com pistas, aliadas à modernidade, e depois escondê-las em um thriller que usa caminhos simbólicos para construir uma fuga cerebral entre a urgência e a memória. Eu também arriscaria dizer que a espinha dorsal de tudo isso é o sarcasmo, o que pode parecer incoerente para um filme de suspense em diversas frentes, mas Shyamalan já mostrou antes que seu efeito não se limita a uma sequência final e através dessas lacunas ele mostra os pontos fortes e fragilidades dos personagens, principalmente do protagonista, Cooper, assustador do início ao fim.

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