O LUTADOR


Construído com incrível competência técnica, o novo filme do diretor Darren Aronofsky, mostra um diretor menos ousado mas tão brilhante como em seus trabalhos anteriores, O Lutador reinventa Mickey Rourke - que levou o Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar por esse papel - para a mídia em um papel brilhante, mas que possui similaridade com um famoso personagem do cinema. Explico a seguir.

Randy “The Ram” Robinson foi um famoso lutador de telecatch durante a década de 80 e agora totalmente esquecido, Randy luta no circuito underground para poucas pessoas. Com a saúde debilitada e com a situação financeira instável, o lutador sustenta seus vícios, noitadas e mal consegue pagar o aluguel de seu pequeno apartamento, onde vive sozinho.

A exposição da vida de Randy é explícita e obscura, sem restrições dramáticas para mostrar um solitário homem em crise, o fiel retrato da decadência de um homem. O prestígio do personagem de Rourke é menor, mas existe uma proximidade clara com Rocky Balboa,  este que também reinventou Stallone, que vinha de uma seqüência de fiascos ao contrário de Rourke que fez filmes bem sucedidos como Sin City e Chamas da Vingança, mas não obteve reconhecimento como coadjuvante. E não pelo fato dos personagens de Rourke e Stallone usarem o ringue como fonte de renda, existe nas entrelinhas uma proximidade maior. Os problemas são similares e como eles são colocados pelo roteiro e a partir da atuação de Rourke, mas como disse antes, os de Randy são mais densos e explícitos. A história de superação sobre os fantasmas do passado, o lado familiar e profissional, colocado em devidas proporções, liga a saga dos personagens, mas isso tudo deve ser visto de forma positiva em relação a este dejá vu “Stallonesco”.

Rico nos diálogos e bastante humano, o filme convida ao mergulho completo e com sucesso, mantendo uma simplicidade narrativa, linear, porém denso e emotivo, com a ajuda de Rourke e Marisa Tomei e um diretor inspirado pelos irmãos Dardenne, segundo o próprio Aronofsky. E com sua segurança habitual que ele comanda o drama, sempre incrível que nos proporciona um belo espetáculo visual.

A fotografia traz uma textura e um jogo de cores bonitas. É de fato, impossível não se envolver neste drama tão humano, construído com tanto talento, porém peca pela falta de originalidade.

O longa estréia no Brasil nesta sexta-feira, dia 13 de Fevereiro.

O LUTADOR (The Wrestler, EUA/França, 2008) de Darren Aronofsky

Um comentário:

  1. Olá? Achei bastante interessante seu site, e resolvi deixar esse texto! Parabéns por isso, e fique com sucesso!

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