A incessante busca da personagem vivida com excelência por Jennifer Lawrence (coroada com uma indicação ao Oscar na última terça-feira) por seu pai é uma redenção mítica e silenciosa junto ao autoconhecimento por trás de tamanha segurança exposta após uma brusca mudança no curso de sua vida. Questionamentos sobre o valor da dignidade e de diferentes formas de submissão estão presentes no desenvolvimento narrativo de Inverno da Alma.
A profundidade do subtexto existencialista é bruta. Os personagens são complexos – possuem defeitos e qualidades suficientes para deixar que o espectador decida o que parece ser conveniente para a protagonista e para qual caminho seguir. Mas Debra Granik lembra que o comando é dela.
A diretora está segura na lapidação do roteiro baseado na obra de Daniel Woodrell, dando informações complementares à história no momento exato, e também se distância de seus personagens optando por analisá-los fria e densamente. Um grande acerto.
★★★★