10 ÓTIMOS FILMES QUE VOCÊ NÃO VERÁ NOS CINEMAS

Agradeça aos festivais, mostras, distribuidoras alternativas ou aos torrents. Só assim eles apareceram (ou aparecerão) por perto.

O ASSASSINO SENTIMENTAL DE MÁQUINAS (The Sentimental Engine Slayer, EUA/México, 2010) de Omar Rodriguez-Lopez

A narrativa de O Assassino Sentimental de Máquinas é fragmentada ao extremo a ponto do último ato completo exija atenção redobrada. Mas não é o aspecto mais importante do debut de Omar Rodriguez-Lopez, líder do grupo The Mars Volta na direção. O Assassino Sentimental de Máquinas é uma experiência sensorial, onde figuras de linguagem, unem-se para criar as possibilidades do sonho e traumas, acopladas a já citada frenética edição transformam a grande crise existencial de Barlam, um jovem que não suporta o peso de uma cartilha comportamental adolescente numa viagem abstrata e extremamente envolvente. [LER RESENHA COMPLETA]


ENTER THE VOID (Idem, França/Alemanha/Itália, 2009) de Gaspar Noé
Belíssimo conceito, idéias abstratas e cinematografia absurda. Uma obra ousada, forte que analisa breve espaço entre a vida e a morte.

CATERPILLAR (Kyatapirâ, Japão, 2010) de Kôji Wakamatsu

A explosiva combinação de vingança e remorso com inteligentes inserções sobre a segunda guerra mundial entrega um filme melancólico que superfície já é chocante, mas em suas entranhas é um contemplativo filme sobre traumas.

ÁGUAS TURVAS (DeUsynlige, Noruega, 2008) de Erik Poppe

A igreja é o palco do encontro para um desenrolar incrivelmente denso. O espectador não sabe quem é vilão e quem é mocinho. Se deve julgar ou ser julgado, o que é certo ou o que é errado. Crie suas respostas após os créditos finais. [LER RESENHA COMPLETA]
DENTE CANINO (Kynodontas, Grécia, 2009) de Giorgios Lanthimos

Talvez pelo fato de ser desconcertante e tocar em assuntos delicados demais, Dente Canino recebeu comparações às obras de Michael Haneke após as exibições no Festival de Cannes (o filme ganhou o prêmio da mostra "Um Certo Olhar"). Mas a experiência de assistir ao filme de Giorgios Lanthimos se iguala mesmo aos de Haneke por utilizar um silêncio incômodo e por dar um passo a mais nas convenções de moral da arte. Recentemente, Dente Canino foi indicado ao Oscar, concorrendo por Melhor Filme Estrangeiro.

RUBBER (Idem, França, 2010) de Quentin Dupieux

A sequência inicial de Rubber já justifica sua existência. O cinema é terreno de todas as possiblidades e da ausência delas também. Quentin Dupieux faz o espectador criar empatia por um pneu assassino para fazer alusões à relação entre filme e espectador. Sempre que possível, debocha de quem está do outro lado da tela, representado por um público esmaecido no meio do deserto. Mas o alvo principal do diretor é o cinema enlatado, em cenas que o surrealismo é gradativo na mesma equivalência que a genialidade.
HAHAHA (HaHaHa, Coréia do Sul, 2010) de Hong Sangsoo 

Sangsoo aborda a inocência e sua ausência em momentos paradoxais. Já e o bastante para o diretor nos remeter à Monty Python, Chaplin e claro, o humor oriental sem cair no ativismo contemporâneo das “homenagens”. A equivalência destas possibilidades surgem sem escadas para o riso por sabedoria de Sangsoo; A câmera é o maior condutor desta linguagem. Ela nos sugere o riso. Seus personagens estão na tela para serem objeto do ridículo, expostos às fraquezas sem pudor. Vencedor do prêmio da mostra "Um Certo Olhar" no Festival de Cannes 2010. [LER RESENHA COMPLETA]



KINATAY (Idem, Filipinas/França, 2009) de Brillante Mendoza

Mesmo com uma trama concentrada num brutal crime, a tensão sugerida por Kinatay (filme que deu a Brillante Mendoza o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes em 2009) é absolutamente sensorial graças à ótima direção. Longas sequências, fotografia escura, uma sufocante proximidade do protagonista (que vai de bom moço a vilão em poucos minutos) e a simultânea distância à discussão de motivações para o assassinato realçam esta intenção. A preocupação está em realizar a imersão nas emoções de seu personagem principal, que paga por dizer “sim”. Seja na hora de casar ou de ser espectador de atos perversos. O caos dessa vez é interno, mas pode ser representado igualmente pelo cotidiano sempre captado pelas câmeras de Mendoza.

ESSENTIAL KILLING (Idem, Polônia/Hungria/Irlanda/Noruega, 2010) de Jerzy Skolimowski

O mestre do cinema polonês Jerzy Skolimowski vai no âmago da necessidade instintiva para analisar a relação entre o homem e a religião em Essential Killing. Com pouquíssimos diálogos, o filme destroça em nuances a posição de um terrorista afegão às promessas de uma vida próspera. Ele, alvo do exército americano, passa por situações extremas de sobrevivência em um local desconhecido. [LER RESENHA COMPLETA]
ZONA SUL (Zona Sur, Bolívia, 2009) de Juan Carlos Valdivia

O terreno pelo qual o diretor Juan Carlos Valdivia caminha em Zona Sul é perigoso. Em pouquíssimas variações de movimentos de câmera – em boa parte deles desenhando a mis en scène em todo o cenário lentamente, ele analisa a situação social do país através do cotidiano de uma família rica de La Paz. Aparentemente estereotipados, os personagens, aos poucos, desenvolvem seus conflitos usando a mãe – coluna da casa – como ponto de partida. [LER RESENHA COMPLETA]

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