Um filme de associações. Elles equipara o desejo de liberdade da jornalista e socialite Anne (Juliette Binoche) com a família em cacos e a vida utópica criada pela protagonista em relação ao objeto de estudo para uma matéria: mulheres que trabalham como acompanhantes para pagar a faculdade.
Sem estrutura narrativa concreta, a diretora Malgorzata Szumowska transmite o sentimento de perfeição da constituição familiar para sua antítese (a caótica rotina de ligações, submissões e mentiras das garotas) e equivale, sem julgamentos, à auto-análise de Anne e subseqüentes conflitos. Szumowska acerta ao deixar Anne só, alimentando um monstro que reflete em feridas do acaso.
O tropeço de Elles está justamente em seu desenho – reconstituições, depoimentos e devaneios desordenados dão o tom necessário para fazermos o raio-X de Anne, porém, o filme perde em ritmo. O raciocínio de Szumowska é de transcender Anne e amplificar seu conflito como registro de um tempo. Bem sucedido, mesmo com claras irregularidades.
Elles (Idem, França/Polônia/Alemanha, 2011) de Malgorzata Szumowska
Embora a história tenha me atraído, a única referência que tenho para ver este filme é mesmo a presença da Juliette Binoche. Com essa daí, eu vejo qualquer coisa!
ResponderExcluir