A Tentação parte do princípio de uma análise do diretor e roteirista Matthew Chapman sobre conflitos pessoais usando a doutrina cristã como eixo. A pressão que logo inclina reações caóticas vem dos mandamentos. Porém, Chapman se esquiva do julgamento dentro da filosofia “ser ou não ser” de Hamlet.
Para se tornar num thriller-erótico, Chapman faz de um caso extraconjugal o centro da teia movida à base da consequência e temor à palavra de Deus. A terra se equivale ao céu e ao inferno em rápida mudança de planos. Porém, as idéias de Chapman – funcionais em totalidade – não pulsam. A mise èn scene é apática e transparece a fragilidade do texto. A falta de química entre Patrick Wilson, Liv Tyler e Charlie Hunnam é impressionante. A escolha de Chapman em seguir um gênero exerce função apenas em tom e na mudança de tempo narrativo - representado pelo personagem de Terrence Howard como mediador narrativo.
E assim A Tentação segue até o fim. Morno, funcional, sem armadilhas por se deitar na zona de conforto do gênero conhecido por instigar e angustiar o público. Curioso, pois o filme de Chapman não exerce nenhuma dessas funções.
★★★
A Tentação (The Ledge, EUA, 2011) de Matthew Chapman
Ainda tenho alguma expectativa em relação ao filme… mas acho que não vale a ida ao cinema pelo o que tenho lido.
ResponderExcluirEmbora o filme já esteja disponível por aí desde o ano passado, só despertei algum interesse nele agora, com o seu lançamento em circuito nacional. Li há pouco uma entrevista do Matthew Chapman sobre os temas em que ele abordou neste filme e fiquei ainda mais curioso. Darei uma chance.
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