Após declarar sua aposentadoria em 2010, Steven Soderbergh (Sexo, Mentiras e Videotapes, Onze Homens e um Segredo) contrariou a estimativa e ampliou o leque de possibilidades com mais alguns filmes utilizando a paródia como ponto central. A Toda Prova (2011) talvez seja a leitura hermética de sua proposta, porém, Magic Mike está no poço como produto, narrativa e deboche.
Ao  retratar a rotina de um grupo de strippers de um clube mediano,  Soderbergh entrega um filme de narrativa dormente - pela clara fuga da  obviedade, Magic Mike pouco se aproxima de  seus personagens e de uma decupagem comum. A câmera está livre para se  deitar onde e como quiser, mas aqui, o voyeurismo parece ferramenta maior. Os shows ganham mais tempo de exibição que os conflitos que apontam a persona de cada dançarino.
Channing Tatum e Matthew McConaughey entregam interpretações impressionantes - ou pelo menos servem de  contraponto para a atuações hermas de um grupo de coadjuvantes. E conte  este como o único suporte para o desenvolver narrativo. Temas comuns  deste nicho como o desejo feminino, dinheiro e drogas são praticamente  impostos de modo superficial pelo diretor, longe da naturalidade ou até  mesmo de um enredo caricato.
Como exercício estilístico, Magic Mike é inferior ao já citado A Toda Prova, longa antecessor às aventuras dos strippers. Aliás, Mike podeservir como uma continuação natural deste conceito, pois Soderbergh  continua displicente ao desenvolvimento e consequentemente ao mercado,  alvo principal do diretor nesta sequência de filmes que propõem, em  diversas óticas e gêneros, o adormecer de nuances melodramáticos ou  clichês de ação através de caricaturas. Desta vez, a piada não  funcionou.
★
Magic Mike (Idem, EUA, 2012) de Steven Soderbergh
 
 
 
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