Em uma de suas entrevistas emblemáticas ao The Guardian, Clint Eastwood condena o cinema feito nos EUA, feito para domesticar o público e que  os coloca em zona de conforto. O famoso escapismo, para ser mais claro.  Curiosamente, Curvas da Vida, filme dirigido por Robert Lorenz (escudeiro e produtor de diversos filmes recentes de Eastwood) segue  tal cartilha. O drama, pautado no amor, seja por algo ou alguém, é o  epitome da narrativa clássica desenhada por clichês técnicos  assustadores.
O pulmão do filme está na química entre Gus (Eastwood), Mickey (Amy Adams) e Johnny (Justin Timberlake),  que tem o conhecimento por baseball em comum. Quando o tema está em  evidencia, o filme flui com bons diálogos e saídas certeiras, porém,  quando o melodrama é moldado, tudo parece sair de controle. Fora o  saturado método para exibir o conflito entre pai e filha, ambos  traumatizados pelo passado, Curvas da Vida escolhe jogos de  cenas sofríveis, hoje provavelmente usados em novelas ou seriados, onde a  urgência está até no roteiro e não há tempo para o novo.
Lorenz, em momentos pontuais, homenageia a persona que catapultou Eastwood para a representação do macho. Referências a Dirty Harry e O Homem Sem Nome são perceptíveis e de bom diálogo com o restante da trama, mas em  momento algum sustenta a falta de criatividade de Robert Lorenz. Afinal,  o “tropeço” que Gus leva na primeira sequência do filme representa a  fraqueza do filme: mal dirigido, afobado e, claro, “domesticado”.
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Soa como puro feijão-com-arroz sentimental. ALiás, o próprio pôster puegas já adianta isso. Passo longe, e olhe que gosto de Clint e Amy.
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