Comentários sobre filmes lançados diretamente em home video e V.O.D no Brasil:
2013 Menos 1 (Idem, 2013, Brasil) de Vitor Baumgratz
Filme que flerta com o cinema de bordas com abordagem televisiva, como uma mistura bizarra de um filme de Petter Baiestorf com Casseta e Planeta. Para sinalizar a analogia do fim dos tempos e a ilustração como isso se dará (ou daria, pois o filme parte do suposto fim do mundo baseado no calendário maia), Vitor Baumgratz usa o básico de um filme de terrir como tripas, sangue, mal gosto e sexo como apoio maior que a própria história.
Sangue na Veia (In the Blood, 2013, EUA) de John Stockwell
Este é o epítome da carreira de John Stockwell nas últimas décadas. E infelizmente elas foram dedicadas a produzir filmes essencialmente ruins. Sangue na Veia tem o prólogo de um filme de terror - um casal que viaja de lua de mel e é vítima da milícia local - e se desenvolve como um filme de vingança mal orquestrado, inclinado às cenas de ação em boa parte mal desenvolvidas.
Como uma extensão do modelo de Um Brinde à Amizade, último filme de Swanberg, Happy Christmas é um filme ainda mais diluído no cotidiano, nas ações comuns, ainda que o filme comece pela chegada de uma pessoa para a visita do Natal. Ou seja, a ruptura natural da rotina, assim como Cassavetes, não terá importância e sim o desenho dado pelo filme, no qual Swanberg evita julgamentos e foca no que faz de melhor - a construção de um mundo terno e igualmente ordinário.
O filme de estreia de Felipe Rodrigues emula referências diversas como a chanchada, o No Wave americano e a Nouvelle Vague em uma história que priva o bom humor com a dormência necessária para que ele não seja levado a sério no mundo modulado por conflitos. É curiosa a equação do filme, basicamente sobre o cotidiano de um malandro carioca que vive em esquinas preso à bifurcação do amadurecimento.
Doce Tentação (About Cherry, EUA, 2012) de Stephen Elliott
Filme sobre a percepção do real na era onde tudo se baseia na superfície. Enquanto se desenvolve como um filme enganosamente ordinário sobre ser alguém e seus subsequentes relacionamentos e distorções de valores, Elliott faz um dos mais rigorosos diagnósticos sobre o desejo agudo de afirmação.
CBGB (Idem, EUA, 2013) de Randal Miller
Se há alguma virtude no filme de Randal Miller é o de ser assumidamente um filme para TV. Portanto, Miller elimina convenções básicas do cinema e se foca na narrativa cosmetizada – que beira o pastiche - para contar a história do clube seminal para o rock americano, em especial para o punk.
O Exército das Trevas (Frankenstein’s Army, Holanda, 2013) de Richard Raphoorst
O longa de Richard Raphoorts parte do básico preceito de found footage, popularizado no fim da década de 90, e se justifica como um ataque de monstros criados por Hitler como forma extrema de defesa. Do prólogo em diante o que se vê é um simples desenho para favorecer o susto, sem qualquer suporte histórico ou desenvolvimento mais aprofundado.
Poxa, nem sabia que "Happy Christmas" já estava disponível. No entanto, por achar aquele "Drinking Buddies" chinfrim, nem tenho entusiasmo para assistir a ele. Por sinal, não vi a nenhum filme dessa edição da seção, mas tenho interesse por "About Cherry". Por fim, parece que o único filme decente que o John Stockwell fez foi o telefilme "Cheaters", com a Jena Malone.
ResponderExcluirO filme do Swanberg saiu na última sexta, Alex. Eu gosto do anterior, ainda que o Christmas seja mais ousado. O Cherry é o mais interessante da lista, de longe.
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