Nos primeiros minutos de Sem Evidências Atom Egoyan surpreende pela possibilidade de resgatar o cerne do cinema noir através do uso de detetives em um mundo corrompido. Logo o filme toma o rumo contrário, da investigação sobre o sensacionalismo e o circo que o sistema judiciário americano se tornou. Baseado em conceitos pré-estabelecidos e na pressa – que pode gerar discussões infinitas sobre a concepção de tempo da justiça do homem e e a justiça divina -, o sistema é o alvo de Egoyan, que confecciona um longa que se divide entre o tradicionalismo de filmes de tribunal e o terror dos arredores de um crime brutal.
Mesmo com o pano de fundo inóspito que filmes como este exigem, o plano que invariavelmente serve como exumação de um gênero esquecido pelo cinema contemporâneo, em especial o americano, é o que mais interessa. O contraponto faz ao feitio ao filme, sempre próximo demais dos personagens, muitas vezes sufocante e tão irritante quanto a inclinação ao niilismo social do ambiente retratado.
Sem Evidências mostra Egoyan mais interessado em ser testemunha de comportamentos extremos e histéricos acima de qualquer hipótese que a trama possa sugerir. É a forma no qual o diretor se camufla na pluralidade de conflitos como um diagnóstico mais simples sobre a corrupção humana e um duelo de forças muito simples, teoricamente sobre quem fala e quem escuta. Egoyan aponta seu alicerce, o investigador vivido por Colin Firth, porém a força está no luto duvidoso da mãe de um dos garotos, vivida por Reese Witherspoon. É a definição do caráter como apenas um primeiro passo, onde a apatia se iguala à representação das locações, tão determinantes para a história americana, assim como para diversos filmes americanos, de A Sangue Frio a Pulp Fiction.
Sem Evidências (Devil's Knot, EUA, 2013) de Atom Egoyan
Sem Evidências mostra Egoyan mais interessado em ser testemunha de comportamentos extremos e histéricos acima de qualquer hipótese que a trama possa sugerir. É a forma no qual o diretor se camufla na pluralidade de conflitos como um diagnóstico mais simples sobre a corrupção humana e um duelo de forças muito simples, teoricamente sobre quem fala e quem escuta. Egoyan aponta seu alicerce, o investigador vivido por Colin Firth, porém a força está no luto duvidoso da mãe de um dos garotos, vivida por Reese Witherspoon. É a definição do caráter como apenas um primeiro passo, onde a apatia se iguala à representação das locações, tão determinantes para a história americana, assim como para diversos filmes americanos, de A Sangue Frio a Pulp Fiction.
Sem Evidências (Devil's Knot, EUA, 2013) de Atom Egoyan
Ainda não pude conferir aos documentários sobre o caso d’Os Três de West Memphis e isto me fez ter boas expectativas com esta versão ficcional dirigida por Atom Egoyan, um diretor que se mostrou tão notável em diagnosticar personagens envoltos a uma impunidade e que escondem segredos às vezes desagradáveis. O problema é que existe no filme aquele pressentimento de que uma resolução sobre o crime será sustentada pelo próprio cineasta, mas ela nunca vem. Sem dizer que o filme é totalmente insípido nas suas tentativas de fazer um registro documental.
ResponderExcluirO filme é muito magro, Alex. Antes um filme convencional e competente que a inventividade forçada e claramente equivocada deste Sem Evidências.
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