Há um tempo atrás comentava aqui
sobre a importância da decupagem em Whiplash, filme que proporcionou a Chazelle
o mundo que ostenta em La La Land, espécie de desfecho de uma trilogia sobre o
jazz e leve moral sobre sonhos e a imperfeição da vida. Pois bem, é possível
que esta estrutura seja um espelho de Whiplash e principalmente Guy and
Madeline on a Park Bench, primeiro filme do diretor. E talvez isso seja o mais
interessante do filme, como La La Land é uma releitura idílica de um mundo outrora
registrado. Também fica claro que Chazelle se impressiona com a própria
estrutura que hoje carrega nas costas e sabe brincar com isso - em tom que o
permita encantar o grande público e seja o filme da temporada de premiações. É
o caso de um filme de espinha dorsal enganosa mas que nos detalhes sabe colocar
suas (auto)referências e neste caso, usar os números musicais como engrenagens
à narrativa ante ao mero espetáculo. Ainda que tudo pareça meticuloso, La La
Land é um filme raso sobre conflitos da idade adulta e que estorvo seria se nos
jogássemos na cama diariamente para sonhar e não para realizar.
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