Benzinho (Gustavo Pizzi, 2018)


Mais um filme assertivo que ronda seus argumentos que propriamente um filme sobre eles. Benzinho é um panorama apressado sobre a queda de uma família de classe média que usa símbolos desgastados pelo cinema latino, em especial a figura da morada. Vê-la desmoronar reverbera na síndrome de ninho vazio, na violência doméstica, na crise financeira e principalmente na caricatura da família brasileira, que tem seus momentos para a histeria e para sua afirmação terna. E é neste ponto que Benzinho parece suprir necessidades para um alcance maior: larga a posição de um filme agridoce próximo aos filmes argentinos de apelo mais popular - em especial os que chegam às salas brasileiras - e abre mão de todo drama possível. Não a toa seu sucesso em Sundance passa por esta escolha, pois pouco vemos uma família além de seu lado básico ou caricato - refeições à mesa, ida à praia, a briga generalizada; vale aqui a visão afetuosa e superficial da coisa em um mundo com fissuras suficientes para imersão leal aos personagens.

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