É interessante notar que o novo trabalho de Sofia Coppola é o que mais se apega aos personagens e concomitantemente se distancia de insinuações ao redor de uma definição concreta sobre a trama e sua moral. As comparações a Woody Allen são pertinentes, mas a versão Detective Story de Coppola para uma crise conjugal tem bases diferentes comparados aos mais recentes trabalhos de Allen. Negar a base criada em Felix, um playboy inconsequente antes de ser um pai, interpretado por Bill Murray, é contrariar todo o filme. É neste personagem e sua postura que pode criar confusão com relação ao sentido aguçado que Coppola nega à trama, pois quem está no divã é Laura, a protagonista, vivida por Rashida Jones. É dela o conflito com relação à produtividade, a vida moderna e o papel de mãe, mas é no pai, Felix, que o julgamento é implementado e serve como o motor para a segunda camada de On the Rocks. É na falsa harmonia que impera em absoluto em cada plano - há uma única cena que esta harmonia é quebrada, quando um restaurante tipicamente nova iorquino oferece um caos sonoro que tira do ar esta zona de conforto. Em suma, o filme é travestido de uma divertida narrativa de detetive em conluio à espécie de confronto à amenidade da vida moderna baseada em produção e relações descartáveis.
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