Basicamente um filme de enganações. Vai da construção argumentativa como dialética a uma visão filosófica apresentada por códigos muito baratos ao completo embaraço. A prisão no tempo ou o mesmo tempo corrido dolorosamente necessitam do apelo que a historicidade da imagem possui, a lembrar que Kaufman usa literalmente Zemeckis e Cassavetes para se justificar. É curioso esse reducionismo do conflito mais extremo da mente humana à alegoria do verbo. Toda funcionalidade do primeiro ato, quando seus personagens seguem presos em um carro, com planos que dividem seus espaços geometricamente, se dá em como os pensamentos atravessam todo tipo de conversa e na ilustração mais simplória a confusão mental é didaticamente sacramentada. No mais, um vórtice muito superficial de tentativas mais gradativas de esgarçar a existência como um processo de envelhecimento doloroso a ponto de ser celebrada - provavelmente dos momentos mais toscos do cinema em 2020.
Estou Pensando em Acabar com Tudo (Charlie Kaufman, 2020)
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