
Nos  tempos em que a inquietude pela sobrevivência é retratada com certa  intensidade por cineastas, nada parece ser tão particular como Nome Próprio de Murilo Salles, que parece estar sempre à frente de seu tempo, em um  discurso que provavelmente será inserido ao costume de cineastas  brasileiros.
Camila,  uma garota que após o fim de um intenso relacionamento, completamente  perdida, faz textos explícitos e venenosos sobre sua vida e os posta em  seu blog, dando a aba necessária para uma guerra de nervos e também para  o foco dramático, vivido basicamente dentro da mente da garota. Com o  livre acesso à vida alheia proporcionado pela internet, o posto de web  celebridade que é logo recebido por Camila que não parece administrar  seus conflitos e o novo rótulo e o coloca em um patamar que para  ultrapassá-lo, é necessário tornar seus sonhos em uma realidade urgente.
Camila  não mede esforços para viver e queimar seus cigarros intensamente que  parecem palpáveis através dos jogos de câmera e planos escolhidos para  domar sua egocêntrica queda. Quando está longe do computador, a escolha é  apodrecer o seu corpo, como a protagonista diz. É uma experiência  necessária para disparar sua metralhadora que são seus dedos perto de um  teclado, mesmo que por isso ela tenha que destruir e seja destruída, o  exercício de fazer sua mente brilhar enquanto o corpo morre.
Nessa  instiga inquietante, a busca em seu subtexto é pela identidade.  Qual é  o verdadeiro ‘eu’ de Camila? A infantil, birrenta e autodestrutiva ou a  que preza pela preservação e um trabalho que é capaz de se relacionar  tão intimamente que despe Camila enumeras vezes e de maneiras tão  distintas? Nome Próprio é um fiel retrato contemporâneo sobre  um seleto grupo que afirma viver a vida, mostrando o gozo de uma vida  perfeita, mas que parece estar procurando a real identidade e que na  primeira ponta de esperança que aparece, apostam tudo, mesmo sabendo que  essa ponta irá se apagar a qualquer momento.
★★★★
 
 
 
Esse filme ficou no meu sangue por muito tempo. A palavra com que o defino é "caos". E prefiro pensar que a Camila tresloucada é virtual, a ficção que a Camila real escrevia. Uma se reflete na outra, mas a criação de um personagem te possibilita a experimentação, um ensaio virtual… pronto, viajei!
ResponderExcluirAinda nao assisti, mas parece um bom filme…
ResponderExcluiresse ainda não vi. sua critica ficou joia. tinha visto algumas outras boas referências a respeito da fita. espero ve-la o quanto antes.abraço
ResponderExcluirFrancamente, é a primeira vez que leio sobre o filme com interesse renovado, pois as matérias que sairam nos jornais quando lançaram fizeram-no parecer uma grande chatice.
ResponderExcluirBoas observações, rapaz. (Y) Eu gostei do filme, é interessante, mas quando terminou a sessão eu não sabia muito o que pensar, talvez mesmo por essa identidade tão buscada não ter sido muito bem encontrada. Só tive certeza que a Leandra Leal é uma atriz de primeira.[]s!
ResponderExcluirDizem que o melhor desse filme é a atuação da Leandra Leal, por isso mesmo fiquei curioso de ver, já que adoro a atriz. Tirando isso, o tema do longa também chama minha atenção.
ResponderExcluirPedro, para mim, "Nome Próprio" foi um dos melhores filmes nacionais do ano passado. A Leandra Leal está estupenda como a personagem principal e acho que o longa fala muito a respeito da nossa busca por uma identidade, por algo que nos defina.
ResponderExcluirou procurar o torrent. É que to tão cheia de filmes pra ver, rs.
ResponderExcluirQueria taaaanto ver esse filme! Já procurei ele em todos os cantos… Onde voce conseguiu? Se souber como pela net, me d a um toque!Abraço
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