Situações inerentes ao ser humano; a duplicidade existente em qualquer tipo de sentimento. Meu Mundo em Perigo,  ovacionado no Festival de Cinema de Brasília de 2007, chega aos cinemas  com atraso de três anos. Mas o tempo pouco importa quando José Eduardo  Belmonte nos sufoca não só com planos demasiadamente fechados. O diretor  enaltece o extremo para o alcance da liberdade, seja ela almejada em  silêncio ou explicitamente, ambas representadas através de personagens.
Sem  refinamentos técnicos e guiado por câmeras instáveis, o longa que a  priori se desenvolve moldes de thriller psicológico logo se entrega ao  drama existencial incrustado no caos das ruas paulistanas.  Como  consequência, seus personagens se refugiam em bares, hotéis baratos e  vagam pelas ruas à procura de uma solução, ou apenas uma nova chance,  tema também retratado no posterior e já consagrado Se Nada Mais Der Certo.
A  estética proposta por Belmonte casa bem com a obscuridade e pessimismo  do filme, que no epílogo abandona a dinâmica calçada na identificação e  agarra a redundância para reforçar a idéia de contemporaneidade do texto  e se arrasta, até encontrar seu cerne, a unidade que habita entre a  sanidade e a loucura, para a brilhante conclusão.
★★★

Bacana você ter lembrado do ótimo Se Nada Mais Der Certo, realmente dá pra fazer esse link. Abraços.
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