Sabemos  que um filme é bom quando ele deixa rastros em sua mente, imediatamente  sugerindo a reflexão sobre o mesmo. Lars Von Trier é um diretor de  grandes obras, algumas com status de obra-prima e dizer que suas obras  são chocantes chega a ser redundante. Em Anticristo, o diretor mantém o  que há de melhor em seu currículo juntando com alto nível de tensão  psicológica e constrói o sentimento de culpa de maneira claustrofóbica e  intensa, deixando lacunas em sua construção para futuros debates.
O  filme tem o peso de seu autor, que sofria de depressão durante as  filmagens. As características do cinema de Von Trier estão intactas, e o  estado do diretor é reforçada por uma atmosfera sombria e melancólica.  Engraçado, pois o prólogo belíssimo e poético foge totalmente do que o  diretor está acostumado a fazer. Da poesia ao caos, o texto insere a  subjetividade religiosa e cativa o casal interpretado por William Dafoe e  Charlotte Gainsbourg, no jardim do Éden, numa espécie de Adão e Eva  para um estudo da natureza do mal. 
Se o marido, um frio terapeuta que  tenta achar um motivo racional para o desespero de sua esposa, a mesma é  uma gangorra de emoções, causada pela morte de seu filho. Mas em comum,  os dois tem a auto complacência com características diferentes para  cada um deles em extremos completamente diferentes.
Anticristo  é uma obra densa, intensa. O sadismo que vem da personagem de Charlotte  Gainsbourg e da certa passividade de seu marido toma proporções maiores  quando Lars Von Trier os deixa presos em seus planos fechados e  extremamente claustrofóbicos. Mas, para catalisar a dor, existe o prazer  da carne. Hora de questionar o comportamento humano, ao mesmo tempo em  que a noção bíblica também pode ser motivo de discussão.
É  impressionante como a tensão é mantida por toda duração do longa,  fazendo um caminho inverso do usual, pois os macetes da pós-produção só  servem para ironizar a intenção do choque. Imagens fortes existem sim,  todas justificadas e que servem para acentuar a insanidade e o sadismo,  cercados pela natureza – literalmente falando ou não - e vítimas de uma  escolha ocorrida no jardim do Éden, o que fica mais claro no epílogo  dicotômico, mas não menos genial.
★★★★★
Anticristo  (Antichrist, Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália/Polônia, 2009) de Lars Von Trier
 
 
 
Acho que são as primeiras 5 estrelas que vejo aqui. =O choque.
ResponderExcluir*–* eu quero assistir!
ResponderExcluirNovamente repito o que comentei em alguns blogs: não sei o que pensar desse filme por enquanto, visto que alguns acham péssimos ao passo que outros o consideram uma quase obra-prima. Só digo que geralmente gosto do cinema do diretor e estou ansioso!
ResponderExcluirAdorei a crítica! E me persuadiu de vez que PRECISO ver este filme, e logo.
ResponderExcluirO caos reina!!!Te adicionei no msn. Abs!
ResponderExcluirMuito boa sua crítica! O filme realmente é uma obra prima. 5 estrelas merecidas!!
ResponderExcluirO filme é realmente muito bom. Seu post está excelente. Parabéns!
ResponderExcluirAnsiosíssimo pra ver esse!Amanaha é dia de ir ao cinema prestigiar Lars Von Trier… depois comento aqui dizendo o que achei :~]Abs!
ResponderExcluirCara..Assisti ontem e achei horrível, decepcionante!!!Depois se der entra lá no blog que eu coloquei minha opinião de verdade…. fiquei desapontado com o Lars…
ResponderExcluirLars Von Trier me surpeendeu só me surpeendeu esteticamente nesse filme, quanto a quantidade de polêmica por fotograma eu já estava preparado, adorei o filme, e esse blog que já coloquei no meu, como um dos que eu acompanho!!!!
ResponderExcluirMuito bom o filme. Intrigante e fica na mente. Como disseram acima, O Caos Reina!
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