ARRASTE-ME PARA O INFERNO


Quando os créditos finais de Arraste-me para o Inferno, novo filme de Sam Raimi sobem, fica a dúvida se o diretor realmente se diverte fazendo blockbusters de verão como a franquia Homem-Aranha. É claro que todo cuidado é pouco nesses casos e que Raimi está sob pressão e ordens, mesmo com toda versatilidade mostrada em sua filmografia. Mas o que parece é que o diretor gosta mesmo é de ir para o extremo. Raimi parece ter seus braços soltos pelos chefões e marca sua volta ao terror com um filme excelente.

O longa não foge de aspectos básicos que o próprio Raimi ajudou a marcar no gênero para contar a história de Christine Brown, uma garota que leva uma vida agradável e está prestes a ganhar a vice-presidência do banco onde trabalha. Para inserir crítica a jogos de interesses e a nada saudável competição em ambientes de trabalho, o texto escrito por Sam e seu irmão Ivan Raimi, coloca Christine na deixa perfeita para o inferno, literalmente, cair em sua vida.
Partindo da idéia do que o invisível é muito mais assustador, a tensão do filme é contínua e crescente. É interessante como Sam Raimi consegue construir esse clima sem pontuar a natureza do mal, sem perder ritmo e sem a saturação rotineira em filmes deste gênero e ainda manter resquícios técnicos do que ele mesmo criou em Evil Dead.

Se pelo lado sobrenatural as coisas ficam assustadoras, por outro, também. Entre cenas de sacrifícios de animais e rituais macabros, a alma de Christine é constantemente perturbada. Fora esse terror, ela é catapultada para a rotina, enfrentando obrigações sociais, valores, falta de compaixão e preconceito. Fica difícil saber qual situação é mais claustrofóbica para a garota e para o público, obviamente. É bom ver um diretor se livrando das amarras e obrigações para agradar o grande público e sair dessa sem cacoetes hollywoodianos.  Arraste-me para o Inferno mostra que Raimi gosta mesmo é do estrago, apesar da sua versatilidade para todos os gêneros de cinema.


Arraste-Me Para o Inferno (Drag Me to Hell, EUA, 2009) de Sam Raimi

4 comentários:

  1. Além de não ser um fã de filmes de terror, muito menos do trabalho de Sam Riami, não tenho nenhuma vontade ve-lo. vou aguardar …

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  2. Muito medo desse filme, rs. É um tipo de filme que eu passo longe da sala de cinema, quem sabe em dvd. Abr

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  3. Tão bom assim?!?! Terei que ver nos cinemas.

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  4. Realmente o filme parece muito bom! Lembrando também sobre os rumores que na verdade o filme gira em torno de tudo ser fruto da imaginação da atriz principal, que na verdade está com perturbações psicológicas devido a anorexia, pelo fato de se sentir excluída socialmente até tentando mudar o sotaque já que a personagem é do interior dos estados unidos.Não sei se você ouviu essa versão. rs

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