Quando um diretor de cinema levanta um debate e sugere o julgamento para o espectador, ele também lembra que seremos julgados. Erik Poppe faz com maestria um intenso jogo de amor e ódio em Águas Turvas.
Thomas viu um pequeno garoto morrer em sua frente. Foi preso por assassinato. Foi solto por bom comportamento e busca redenção tocando órgão em uma igreja. Poppe faz ai a primeira alusão a julgamento. Lá, Thomas conhece a pastora e seu filho Jens com quem cria laços de amizade. Thomas é constantemente atormentado pelos fantasmas do passado, sejam impostos ou por acaso. Sua reação é sempre morna e a suspeita é uma conseqüência para a platéia.
Aparentemente acompanharemos uma história linear de superação, mas a ditadura hollywoodiana nos educou de uma forma que Poppe contorna, nos situando dentro de outra esfera: A da mãe do menino assassinado. A partir daí a montagem é picotada de forma mais explicita, mas não menos genial. É importante ressaltar a importância desta mudança, pois os sentimentos vão se alternando conforme as sugestões do diretor. Agnes, vivida pela brilhante Trine Dyrholm vive uma mulher traumatizada e que não se importa em passar por cima dos outros para se sentir segura, algo que não acontece desde a morte de seu filho. Estepes são usadas, situações constrangedoras são criadas por ela, mas nada a tira a dor. Neste núcleo, a construção funciona de maneira mais intensa.
A igreja é o palco do encontro para um desenrolar incrivelmente denso. O espectador não sabe quem é vilão e quem é mocinho. Se deve julgar ou ser julgado, o que é certo ou o que é errado. Crie suas respostas após os créditos finais.
★★★★★
Águas Turvas (De Usynlige, Noruega, 2008) de Erik Poppe
parece ser excelente. não é o tipo de filme que passa nos cines da cidade onde moro. espero conferir em DVD.
ResponderExcluir:)
Putz que enredo intrigante… Tomara que venha pra Mostra SP!
ResponderExcluiruvi falar desse filme e desde então fiquei bem animado para vê-lo. Sua resenha me animou, Pedro!
ResponderExcluirPreciso conferir e já! Olha, Pedro, parabens pelo seu espaço aqui, viu? abraço
ResponderExcluirMas, como? É raro entrar num blog e ler sobre um cineasta e um filme totalmente desconhecidos pela pessoa. Vou ficar de olho nesse filme.
ResponderExcluir5 estrelas? Gente!
ResponderExcluirAcabei de assistir esse filme. Sensacional, brilhante o roteiro, direção e a interpretação da Trine Dyrholm. Filme digno de oscar.
ResponderExcluirEnviado em 12/06/2012 as 17:00
ResponderExcluiro filme é fantástico