Por falta de informações nos minutos iniciais de O Caçador, o debut de Hong-Jin Na na direção de um longa metragem indica que a busca de  Eom Joong-Ho, um cafetão por uma garota de programa - que está nas mãos  de um assassino serial -  pode tomar qualquer caminho. Mesmo que essa  história seja calçada numa trama policial, o que Hong-Jin Na faz é  mostrar com naturalidade, sem diálogos ou gestos necessários para  mostrar qual é o objetivo de Eom Joong-Ho nesta busca, mesmo colocando  sentimentos avessos quando cria uma gangorra no que diz a posição  emocional de seus personagens.
Hong-Jin  Na estuda claramente o que outros filmes policiais no geral nem gostam  de lembrar: Que a lei é burocrática e que o herói também faz coisas  ilegais. Joong-Ho tem a tarefa pessoal de achar Mi- Jin Kim, a garota de  programa e ao mesmo tempo passar por cima de uma polícia explicitamente  despreparada e também por lacunas deixadas pela lei que favorecem  Young-min Jee, o assassino serial. As criativas desdramatizações de  clichês do gênero como perseguições (os carros são substituídos pelas  pernas, por exemplo) e utilizando a linguagem corporal para substituir  longos diálogos, mantém um bom ritmo e conseguem fazer uma equivalencia  justa do que está por vir no filme, pois Hong-Jin Na se perde justamente  quando resolve unir sua trama à poesia em momentos inoportunos.
Essa  aposta tira um pouco do ritmo sugerido pela trama, mesmo com uma  intenção interessante, ela é deturpada em relação ao resto do texto.  Ritmo este que lá pelo fim do filme dá uma arrastada grosseira por se  estender demais na resolução dos conflitos de Eom Joong-Ho. Talvez para  fugir de uma obviedade de filmes de gênero, tenha sido necessário  esticar, mas fica claro que Hong-Jin Na não soube domar lombadas em seu  próprio texto.
★★★ 
O Caçador (Chugyeogja, Coréia do Sul, 2008) de Hong-Jin Na













