GIALLO - REFÉNS DO MEDO


Ao assistir o novo filme de Dario Argento, Giallo – Reféns do Medo, a sensação é de viver um déjà vu através da tela. O diretor italiano que sempre nos entregou obras intrigantes com uma beleza particular, em seu novo filme parece revive a construção de thrillers de uma maneira mais clássica. Afinal, a palavra “giallo”, em italiano, além de significar amarelo, também remete à livros com capas amareladas que contavam histórias sobre assassinatos, que anos depois também deu nome ao subgênero de filmes policiais, com detetives e assassinos num jogo de gato e rato.

É exatamente isso que vemos no longa. Uma perseguição de um detetive a um serial killer sob uma aura de terror insinuado à todo momento pelo som do filme. Através da montagem e enquadramentos que remetem à Hitchcock, Argento mostra que sabe muito bem o que faz quando une suas características do cinema de horror com os clichês do giallo, que no fim das contas subverte os ideais do suspense que estão incrustados nos dois gêneros quando praticamente impõe a previsibilidade para o espectador.

Dentro deste molde, o diretor acha espaço para questionar a importância da beleza para se conseguir o que deseja atualmente e que talentos e traumas podem ser distorcidos para se fazer o mal, sem exageros dramáticos em sua construção narrativa. Apesar dos acertos, não fica bem claro qual o intuito principal para Argento: Se é a diversão através do sadismo, de subverter gêneros ou simplesmente homenagear um estilo. Cabe ao espectador escolher o caminho que mais lhe agrada.

Giallo - Reféns do Medo (Giallo, EUA/Itália, 2009) de Dario Argento

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