Quando o diretor de um filme de terror adota uma câmera de uso caseiro para registrar sua história, sabemos que a intenção - sem falar em fins lucrativos - é se aproximar da realidade. E quando Micah apresenta uma boa aparelhagem de áudio junto à sua nova câmera em Atividade Paranormal, ele justifica o elemento chave do longa. O filme tem sua data de finalização registrada em 2007, mas teve seu final trocado para o lançamento nos cinemas, dois anos depois.
Essa tal estética já não é novidade, vide A Bruxa de Blair, Cloverfield e Rec. Sendo assim, o que sobra para nós é a análise da construção do suspense. O diretor Oren Peli alimenta a tensão com sabedoria e simplicidade, pois compõe o filme num temor antigo dos humanos: barulhos e o escuro. Peli deixa que o pavor seja criado pelo público, dominando a artimanha do tempo. E quando aterroriza seus protagonistas a coisa fica mais assustadora, pois neste momento, o espectador já está totalmente dominado. Ao acompanhar o dia-a-dia de um casal amedontrado por efeitos sobrenaturais, o desespero aumenta gradativamente, sem que eles possam fazer algo. Domados pela situação, o que eles podem fazer é temer pelo pior.
É exatamente isso que nós esperamos. A partir deste ponto do longa, Peli tenta adiar o pior o máximo que pode com uma montagem metódica e cansativa, dando aval para que surjam motivos para duvidarmos de uma falta de possibilidades de fuga, mas sem tirar um fio de tensão do filme.
A fita que é “gentilmente cedida pela polícia” tem rápida duração, o suficiente para dominar e assustar a todos e também o bastante para agradecermos pelo seu fim, pois se tal idéia se estendesse por muito tempo, Atividade Paranormal seria um martírio e não puro entretenimento.
★★★
Atividade Paranormal (Paranormal Activity, EUA, 2007) de Oren Peli
Geralmente gosto desse tipo de produção, mas confesso que "Atividade Paranormal" me decepcionou um pouco. Pretendo rever um dia...
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ResponderExcluirEu concordo com tudo o que você disse, Pedro.
Mas minha nota será um pouquinho maior. Fiquei super tenso e isso é difícil de acontecer comigo. Então, acho que é mérito do filme.
Fora que uma produção, de quase nada de orçamento, conseguir qualidade ao contar uma história, deve ser exaltado.
Abraço!
Esse filme me parece tão pobre em sua essência, que me deixa curioso para ver se essa pobreza se torna rica nas mãos de Micah. Pela sua resenha, o filme não é tão bem criado e bem desenvolvio, mas a alma do filme me parece ser bem preservada!
ResponderExcluirAbraços e ótima crítica!
Em Portugal, só estreia amanhã e ainda não tive oportunidade de ver. Tenho alguma curiosidade, mas fico dividido perante críticas que o apelidam tanto de genial como de fraquíssimo.
ResponderExcluirCuriosíssimo para ver, mas duvido que seja tão assustador quanto prega o hype.
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ResponderExcluirSinceramente não acho este filme grande coisa...
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Achei a abordagem, a paciência, o clima e a atenção à detalhe aspectos formidáveis. Me perturbou.
ResponderExcluir4 estrelas.
Você já viu o segundo?
ResponderExcluirao toma no cu o filme eo top de linha
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