Um convite para conhecer uma realidade completamente diferente. Onde tempo não é virtude e sim, companheiro agradável. Cartas do Deserto (Elogio a Lentidão) apesar de registrar o cotidiano de habitantes de uma ilha aparentemente esquecida no tempo, serve como antítese do nosso corrido e caótico cotidiano em linguagem semi-documental, preservando entre a (óbvia) lenta narrativa, belíssimas imagens.
Hari é um entregador de cartas. Caminha pelo deserto, conversa com seus clientes e lê a maioria das correspondências para eles. Conhece a vida de cada um deles intimamente por isso. A inevitável proximidade entre o carteiro e seus clientes representa o resgate de uma humanidade perdida com a vida estressante no ocidente. Na realidade de Hari, o asfalto sucumbe a areia. O tempo existe para edificação espiritual, contemplar a natureza, jogar conversa fora e calmamente, cumprir suas tarefas.
Ao primeiro sinal de modernidade (representada por uma antena para telefones celulares), apesar do silêncio e da prévia vantagem para comunicar-se com seus parentes distantes, Hari sabe que o seu modo de levar a vida será atingido. Tudo ficará mais urgente, seu trabalho será substituído por uma máquina, as pessoas se distanciarão e de certa forma, virarão máquinas e deixarão sua humanidade para raros momentos.
Cartas do Deserto (Elogio a Lentidão) (Letters From The Desert (Eulogy to Slowness), Itália/India, 2010) de Michela Occhipinti
Como conseguir este filme? Agradeceria imensamente se alguém me respondesse!
ResponderExcluirEra o que eu buscava!
ResponderExcluirNão conhecia o filme e adorei seu texto. Fiquei curiosa!
ResponderExcluirFiquei com vontade!
ResponderExcluir^^