O ASSASSINO SENTIMENTAL DE MÁQUINAS

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A narrativa de O Assassino Sentimental de Máquinas é fragmentada ao extremo a ponto do último ato completo exija atenção redobrada. Mas não é o aspecto mais importante do debut de Omar Rodriguez-Lopez, líder do grupo The Mars Volta na direção. O Assassino Sentimental de Máquinas é uma experiência sensorial, onde figuras de linguagem, unem-se para criar as possibilidades do sonho e traumas, acopladas a já citada frenética edição transformam a grande crise existencial de Barlam, um jovem que não suporta o peso de uma cartilha comportamental adolescente numa viagem abstrata e extremamente envolvente.

Os questionamentos de Barlam se desdobram em um quadro que elimina dicotomias e uma lógica interpretativa. Na pulsante mente do garoto está a relação quase incestuosa com a irmã, a religião, a inativa vida sexual, o abandono dos pais e carrinhos em miniatura. A insegurança e a postura inerente à pressão de amigos, aos poucos entrega distúrbios ou simplesmente a permissão para que Barlam exerça o livre-arbítrio. A interpretação é nossa. O quadro é pintado pelas nossas mãos.

Omar Rodriguez-Lopez entrega um filme pulgente, que insere conflitos comuns da adolescência e despacha clichês. Dentro desta experiência há espaço para interpretar, desconstruir e quem sabe, ter alguma conclusão sobre a verdade do protagonista.

O Assassino Sentimental de Máquinas (The Sentimental Engine Slayer, México/EUA, 2010) de Omar Rodriguez-Lopez

5 comentários:

  1. Desconheço o filme por completo.

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  2. Não conheço mas a crítica abriu-me o interesse. onde se pode ver/encontrar esse filme?

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  3. Nunca tinha ouvido falar, nem do filme, nem dos envolvidos. Graças aos céus existem pessoas com curiosidade e gosto, ajudam as outras a descobrir essas pérolas em potencial.

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  4. Não conhecia, para falar a verdade. Gosto de conhecer coisas novas por aqui. Agora é encontrar, uma jornada.

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  5. Uma pena, não consegui assistir. Será que vai entrar na programação da Mostra Internacional?

    Omar Rodriguez é o cara. Pelo menos vou ao show do The Mars Volta!

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