A busca incessante pelo acaso para a diretora Angela Schanelec traduz Orly em longos planos com câmera estática, ausência narrativa e assuntos abordados com naturalidade e velocidade que estampam o cotidiano de um aeroporto.
Esta visão tão próxima do acaso transparece sentimentos comuns e contemporâneos. Mas se um repentino momento ele pode ser brilhante (as revelações de um filho para a mãe sobre sua opção sexual e a paixão relâmpago de um homem por uma mulher no caminho para comprar algo enquanto espera o seu voo), ele também pode remeter à momentos entediantes.
Nesta forma, Angela Schanelec apresenta um filme nem tão claro quando falamos sobre construção de personagens, mas absolutamente profundo no viés existencial. Funciona, mas de maneira irregular.
★★
Orly (Idem, França/Alemanha, 2010) de Angela Schanelec
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