Ex-integrante do Dogma 95, Susanne Bier ainda expõe resquícios estéticos em seu novo filme, Em um Mundo Melhor. Lá estão os cortes secos e a derrapante câmera na mão para resgatar alguns dos mandamentos do movimento que justificava o baixo orçamento de seus filmes banindo macetes usados em Hollywood. Ironicamente, Bier fora premiada recentemente com o Globo de Ouro e o Oscar, ambos na categoria de melhor filme estrangeiro.
Permeando tópicos que potencializam a discussão sobre os direitos humanos, Em um Mundo Melhor tem como guia narrativo a vida do médico Anton, que em seu trabalho voluntário na África atende vítimas de um psicopata. Em casa, enfrenta o termino de seu casamento e a turbulenta vida de seu filho, vitima de bullying e que alimenta revanches graças a uma companhia não muito agradável.
Bier analisa a tênue linha que há entre o controle e a violência. Adiciona a receita as frustrações de lares destruídos pela morte ou o distanciamento na relação entre pais e filhos e, por narrar seus conflitos pela visão do médico, explora extremos sem destoar do tom inicial.
Por outro lado, Em um Mundo Melhor cai na armadilha comum que um texto proto-panfletário carrega; cria momentos de extrema dificuldade de assimilação por conta de sua pieguice e no exagero melodramático. Se por um lado Bier, consegue criar um quadro complexo do comportamento humano, por outro apaga o impacto por tamanho sentimentalismo.
Em Um Mundo Melhor (Haevnen, Dinamarca/Suécia, 2010) de Susanne Bier
correçao: titulo original seria HAEVNEN, e nao HEAVNEN
ResponderExcluirNossa, tem gente que vem aqui até pra corrigir o título. COMENTE ALGO ÚTIL!!!
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