Reino Animal transparece o método que lhe foi concebido através do desenvolvimento narrativo. São impressões distintas durante o andamento do filme que foi o grande vencedor de Sundance em 2010. O primeiro ato é agarrado à falácia e elementos da pós-produção para apresentar uma família problemática que sobrevive financeiramente graças ao tráfico de drogas. A câmera de David Michôd registra o “mundo cão” que enaltece no título do filme quando os personagens largam estereótipos e agregam densos conflitos a cada persona a partir da segunda metade do longa.
Atribui-se ao roteiro saídas complexas como um contraponto aos buracos do texto de Michôd, que oscila entre a falta de refinamento e momentos de brilhantismo no comando do mesmo. Ao contrário da primeira metade, o diretor articula texto, elenco e estética, sendo trivial ao impacto do filme.
Como análise de um tempo, Michôd destrincha vulnerabilidades, necessidades e o egoísmo de uma raça que se apóia no egocentrismo para vangloriar-se de falsa alegria ou que toma atitudes ríspidas para alcançar a sensação de saciamento.
Reino Animal (Animal Kingdom, Austrália, 2010) de David Michôd
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