Através da referência confusa que é a adolescência, Felipe Bragança e Marina Meliande criaram uma íntima e lírica relação com o Rio de Janeiro em A Alegria. Lirismo este que gradualmente toma conta do roteiro, como reflexo caótico que é a vida urbana, dominada por relações frias e pela violência.
A catarse está no que parece comum aos nossos olhos; nas descobertas nada pudorizadas pela câmera, nas promessas de amizade eterna ou na fuga de alguma aula – como contrapeso estão diálogos que fogem a regra da simplicidade dialética. Não funcionam bem, mas servem de justificativa às licenças no qual Bragança e Meliande utilizam no último ato, quando o filme está imerso no simbolismo.
A fuga é o cerne da trama que é aberta a dezenas de paralelos arrojados, meticulosamente profundos para analisar a (i)maturidade de jovens expostos à traumas e a forma fantasiosa de enfrentar contratempos nada habituais para esta faixa etária.
A Alegria (Idem, Brasil, 2010) de Felipe Bragança e Marina Meliande
Pastiche de Apichatpong.
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