Sob a tutela da DreamWorks, Cavalo de Guerra sugere o resgate da cartilha utópica do cinema hollywoodiano – histórias contadas através do modelo clássico de roteiro, tensionadas ao otimismo e com regular uso de idéias fantásticas e reforço melodramático através de aspectos de pós-produção -, onde o suporte do roteiro de Lee Hall e Richard Curtis adaptado do livro de Michael Morpurgo deve ser exclusivamente da reação terna da platéia (incluindo o total desligamento do real). Para isso, não existe nome melhor que Steven Spielberg. Dono de incrível versatilidade, o diretor modelou através do tempo diversos temas e abordagens ao cinema comercial.
A história de um cavalo puro sangue que cria laços com o garoto Albert Narracott (Jeremy Irvine) e que vai à primeira guerra mundial contra a vontade de seu dono ganha de Steven Spielberg um olhar voltado à plástica. Planos assimétricos, enquadramentos abertos e a incrível noção de espaço de ação criam a inocente e gigantesca alusão ao exercício do olhar e a fetichização da imagem, da desconstrução visual e claro, do papel da beleza na concepção estética e poética do quadro.
Intenso, este exercício acompanha paralelamente a disritmia narrativa. O cavalo Joey, ao mesmo tempo em que conhece a lealdade de diversos donos após a separação forçada de Albert, apresenta um cansativo panorama do envolvimento à guerra, guiado pela forma saturada de celebração à amizade. Neste ponto a mão de Spíelberg pesa; a repetição é contornada pelo mecanismo que o diretor conhece melhor: explicitar as contradições do processo fílmico para, assim, criar uma obra autêntica.
Cavalo de Guerra (War Horse, EUA, 2011) de Steven Spielberg
Infelizmente não moro no Brasil e agora eu perdi o detiiro de fazer a downloads??? Como posso fazer se não consigo cadastrar meu telefone por que é da europa. Atenciosamente, Daniel
ResponderExcluirOk, explicando: o cavalo não parece Jesus, mas é tratado por Spielberg como se fosse um ser de elevado nível espiritual, capaz de despertar tudo que há de bom e nobre e ético nas pessoas. Não há como negar o viés religioso (proposital ou não) que Spielberg concedeu ao personagem.
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