Poucos conheceram Norman Jeane, ou só “Marilyn”, como ela gostava de ser chamada. Uma mulher segura, persuasiva e charmosa. Já Marilyn Monroe espelhava uma figura insegura em relação à arte, mise en scène e o futuro de sua carreira. Sete Dias com Marilyn, apesar de ser narrado em primeira pessoa – pelo terceiro assistente de direção de O Príncipe Encantado, Colin Clark, que como todos os integrantes da equipe de Marilyn se apaixonaram pela estrela e confundiram os sentimentos com os sintomas conflituosas da atriz – não apagam o lado sombrio da história.
Dirigido por Simon Curtis, o longa tem em seu contorno a magia que Marilyn carregava consigo. Bastava um olhar para horas de atraso ser perdoadas. Um sorriso para um homem se apaixonar. Um gesto para uma equipe acatar suas exigências. E o que mimava a atriz a definiu como uma das estrelas mais contraditórias da história do cinema.
Como os cofres mandam, Sete Dias com Marilyn é envernizado por uma história de amor e o breve desencontro entre patrão e empregado, estrela e súdito. Algo que impossibilita qualquer tipo de aprofundamento na psique de Monroe e da conturbada equipe de O Príncipe Encantado, filme que antecipou Quanto Mais Quente Melhor, o maior sucesso da carreira da atriz.
Latejantes por todo o filme, a instabilidade da protagonista e a impaciência de Laurence Olivier, o diretor, vivido por Kenneth Branagh, traçam um momento conturbado que, infelizmente, definiu o restante da carreira da atriz, que faleceu aos 36 anos. Mas, se o que realmente ronda a expectativa do filme é a entrega de Michelle Williams ao seu papel, corra para o cinema – impressiona a noção de Williams que não se trata de um tributo ou reconstituição exata de um tempo.
Sete Dias Com Marilyn (My Week With Marilyn, Reino Unido, 2011) de Simon Curtis
Eu esperava mais do filme para ser sincera... Vale mesmo somente pela Williams que está ótima e só.
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