Em seu campo imutável regido pelas lembranças e associações à identidade nacional, Edgard Navarro (Super Outro, Eu Me Lembro) faz de O Homem que Não Dormia o foco místico deste amplo e curioso estudo.
Navarro utiliza um pequeno vilarejo do interior para analisar seus personagens como “não-pessoas” e sim como parte (ou peças) da massa – que alimentam diversos preceitos de credo e ampliam a ótica humanista sem a necessidade de proximidade. Lendas urbanas e folclore unem-se ao humor agridoce para construir uma obra subversiva e funcional graças aos eixos diversos como a censura e alienação, diluídos na figura que batiza o filme.
O Homem que Não Dormia não possui definições de discurso (apesar de claros momentos de deboche). Abordar o assunto e suas multiplicidades tão complexas através da simplicidade de cidadãos interioranos é o suficiente para Navarro seguir o panorama de seus últimos filmes.
★★★
O Homem que Não Dormia (Idem, Brasil, 2011) de Edgard Navarro
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