XINGU


Em tom épico, Xingu sinaliza a forma abstrata na saga dos irmãos Villas-Boas, responsáveis pela conquista do espaço do parque nacional do Xingu (Mato Grosso), onde mais de 5.500 índios vivem até hoje sem a interferência de culturas estrangeiras.

Da busca pela liberdade do território urbano até o natural engajamento, Cao Hamburger (O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias) uma relação turva com a posição heróica numa história sobre descobertas, acima de tudo.

O grande pulo do filme é o véu que indica a fixação dos irmãos pelo silencioso desencargo de consciência – colocá-los na tênue linha entre o heroísmo e o antagonismo dá a noção de que doenças, armas de fogo e a mudança de hábito, antes da intervenção do governo brasileiro, começou com os próprios Villas-Boas, que entraram nas aldeias através de uma expedição.

O extermínio da identidade dos índios dá ao filme potencial dramático ligado a remorsos, manifestações políticas e corrupção, como um diagnóstico atual do país, amplificado para as minorias em diversas esferas que assim como o filme têm inúmeros tópicos a se discutir, porém, filmes são limitados pela duração e o desfoque obrigaria à direção a mudança de tom, de assunto e até de personagens. O ciclo não está completo, mas trata-se de uma bela introdução.

★★★
Xingu (Idem, Brasil, 2012) de Cao Hamburger

Um comentário:

  1. Só leio comentários positivos… quero assistir! O cinema nacional tá numa fase excelente, hein? E gosto muito do ator João Miguel, o cara é ótimo.. meu preferido junto com o Selton Mello quando se trata de cinema brasileiro.

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