BLING RING: A GANGUE DE HOLLYWOOD



Bling Ring: A Gangue de Hollywood parte do conceito que engloba reality shows, sites de relacionamento, revistas de fofoca e reportagens de TV. Meios notórios para sinalizar fins datados como entretenimento e retratar um deslocamento social crescente. Da fragilidade servida pelo topo da pirâmide, Sofia Coppola trata de limites e consciência utilizando raros momentos de total exposição do assunto.


Tão distante quanto Um Lugar Qualquer, Bling Ring traz esta percepção em planos-sequência como lamento aos personagens e contraponto de toda rapidez que reflete a contemporaneidade. A narrativa pouco oferece além da rotina de jovens moradores de um condado de Los Angeles dispostos a jogar com a liberdade pela adrenalina e roupas e acessórios de marca. Com distanciamento entre câmera e elenco em momentos chave, Coppola segue o caminho oposto de discussões acerca da criação e educação em tempos que velam diferenças e particularidades.


Dos clichês relacionados à aceitação, status e alienação, a “gangue”, repleta de ações primárias quanto delinquentes, não transparece qualquer intuito maior em relação às invasões e assaltos de casas de celebridades. Fora a exposição como forma de egocentrismo, o que delimita o campo de discussão é o desafio aos limites impostos pelo próprio grupo. São simples gestos que transparecem a banalização de diversos valores e que pautam elementos singelos como o que entretém o grupo, o ambiente em que vivem, a relação com os pais, etc.


E a propriedade que Sofia Coppola toma este discurso em constante aproximação e distanciamento dos personagens dá a Bling Ring tom pessimista. Como expressão coesa sobre o inconformismo, não como alerta e sim como lamento, uma visão irônica como simples reflexo à invencibilidade adotada pelos jovens. Assim, o filme justifica-se como adaptação de um artigo de revista de variedades sob tom sensacionalista de crianças que sonham com o topo, sem a noção que nasceram nele.  


 ★★★
Bling Ring: A Gangue de Hollywood (The Bling Ring, EUA, 2013) de Sofia Coppola

2 comentários:

  1. Gosto das questões levantadas pelo filme, mas a Sofia Coppola, de novo, perde muito tempo querendo falar sobre o "nada". Uma hora de garotas experimentado roupas e perfumes? Em 20 minutos já conseguimos compreender o vazio e a futilidade delas. Pelo menos não é uma tortura como "Um Lugar Qualquer"...

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    1. Matheus, é verdade, o nada continua como norte narrativo para Sofia. Porém, este é o "nada" mais eloquente de sua carreira.

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